Previdência trava alta do mínimo

São Paulo – O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse ontem que a “responsabilidade orçamentária” é a precondição orientadora do governo nas negociações salariais com os servidores públicos federais e na definição do novo salário mínimo. “A determinação do presidente Lula é fazer todos os esforços para dar o melhor salário mínimo possível, da mesma forma para os servidores públicos, dentro do Orçamento”, explica.

Berzoini admite que a maior dificuldade não está no relacionamento com a iniciativa privada, mas na Previdência Social. Segundo o ministro, 15 milhões de aposentados e pensionistas recebem o mínimo da Previdência.

Outra alternativa em análise pelos ministérios do Trabalho, Fazenda, Previdência e Planejamento é a de tentar oferecer um reajuste maior para o salário-família. “Queremos ver se é possível fazer uma composição que ajude a garantir um crescimento de renda para quem ganha salário mínimo e tem dependentes.”

O ministro reconhece, porém, que os aumentos de arrecadação nos três primeiros meses do ano estão sendo considerados para a concessão de maiores. Além disso, segundo ele, o governo avalia “o que se pode cavar dentro de remanejamento de verbas”, para formalizar propostas “mais justas”.

A determinação é, no entanto, para recomposição dos salários dos servidores de forma diferenciada entre categorias. Ao analisar o relacionamento do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso com o funcionalismo, a administração de Luiz Inácio Lula da Silva notou que várias categorias tiveram “bons reajustes” por conta de programas de reestruturação de carreiras enquanto outras não receberam nenhum tipo de reajuste. “Alguns setores passaram 7 anos sem reajuste e em 2002 tiveram só 3,5%, enquanto outros setores tiveram mais, por meio de restruturações”, esclarece Berzoini.

Emprego

“O desemprego é gente procurando emprego e, num primeiro momento, quando aumenta a quantidade de empregos, a tendência é de que mais gente volte ao mercado de trabalho para procurar emprego”, explica o ministro. Com base nessa análise, Berzoini entende que o crescimento econômico desse ano já está provocando aumento de procura por trabalho.

Citando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o ministro afirma que o País gerou 239 mil postos em janeiro e fevereiro, principalmente no meio rural. O ministro lembra que o governo Lula já recebeu o País com índices elevados de desemprego.

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