Mercado aposta na manutenção do juro

São Paulo

  – Economistas e analistas, bancos e consultorias. Todos apresentam argumentos para suas expectativas de manutenção ou elevação da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de março, que começou ontem e se encerra hoje com a definição do nível dos juros básicos da economia, atualmente em 26,5% ao ano.

Das 24 instituições consultadas pela Agência Estado, a maioria – 16 instituições ou 66,6% do total – espera que o comitê opte por uma “parada técnica” na política de elevação de juros e mantenha a taxa inalterada este mês. Outras 8 (33,4%) instituições projetam uma alta de 0,50 a 1 ponto porcentual.

O economista-chefe do Banco Santos, Marco Maciel, acredita que a autoridade monetária possa referendar a expectativa majoritária do mercado, mantendo o atual nível de juros. Mas na sua opinião, o Copom poderia elevar em 1 ponto porcentual.

O economista Aquiles Mosca, da ABN Asset Management, também acredita que o comitê vá manter a taxa de juros inalterada, mas que por uma questão técnica, o banco avalia que a taxa de juros poderia ser elevada para 27,5% ao ano, mesmo com as indicações de melhora no campo da inflação, apreciação cambial e do recuo da taxa de risco Brasil. Isto, porque, segundo Mosca, o governo tem segurado o repasse de aumento dos combustíveis, o que a qualquer hora poderá voltar a pressionar a inflação.

A economista-chefe do Banco Sudameris, Maria Lúcia Camargo, aposta na manutenção dos juros. Para ela, o Banco Central tem argumentos para tomar essa decisão porque as expectativas de inflação começam a mostrar acomodação, as expectativas em 12 meses estão indicando queda, os núcleos estão caindo, o prêmio de risco melhorando e o real se valorizando.

Para Andrei Spacov, economista do Unibanco, a taxa de juros deveria ser elevada em mais 0,50 ponto porcentual. Segundo ele, uma justificativa para que o BC eleve a taxa de juros nominal é que a as taxas de longo prazo do mercado, as que de fato determinam a atividade econômica e sobre as quais o BC não tem ingerência direta, estão sinalizando queda, o que poderia elevar o nível de atividade no futuro.

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