São Paulo (AE) – A indústria de alimentos brasileira registrou, em 2006, um faturamento de R$ 191,8 bilhões, o que representou um aumento real de 4,76% em relação a 2005. A produção física do setor cresceu 3,17%, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). As vendas no mercado interno cresceram 3,54% e as exportações tiveram alta de 13,2%, representando 25,7% do faturamento nominal.
Os derivados de carne, em razão de problemas sanitários, registraram um recuo de 22% no faturamento no ano passado. Porém ainda são o segmento de maior participação no setor, somando R$ 27 bilhões. Em segundo lugar, ficaram as indústrias de beneficiamento de café, chá e cereais, com R$ 23,3 bilhões, o que representou um recuo de 1,9%. As empresas de óleos e gorduras registraram R$ 20,6 bilhões (+3,6%) e os derivados de trigo ficaram com R$ 20,7 bilhões (+6,9%).
O segmento de melhor desempenho no ano foi o de açúcares, cujo faturamento subiu 30,9%, para R$ 21,6 bilhões, em razão do aumento das exportações.
Perspectiva
A Abia prevê para 2007 um crescimento das vendas reais de 3,5% a 4% em relação a 2006, além de uma elevação da produção entre 4% e 4,5%.
O presidente da Abia, Edmundo Klotz, avalia que os resultados da safra deste ano devem favorecer o desempenho do setor em razão das altas cotações das commodities. No entanto, a vasta oferta, na sua opinião, não irá causar pressão inflacionária. Ele cogita até a possibilidade de o País registrar novamente deflação dos alimentos. Isto ocorreria porque as indústrias, frente ao dólar baixo, deverão preferir abastecer o mercado interno em vez de exportar.
Ele explicou que o setor historicamente não registra grandes saltos de crescimento, mas vê espaço para expansão do faturamento por conta da mudança de comportamento de consumo das famílias que, cada vez mais, estão adotando a alimentação fora do lar. Em 2006 os investimentos totais do setor, de acordo com anúncios das indústrias, somaram US$ 4,5 bilhões.