Governo federal avisa que não aceita remarcações

 Brasília – O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, advertiu ontem que o governo não aceitará remarcação de preços e uma corrida das empresas para aumentar os lucros a curto prazo. “Nós não podemos aceitar e não pode acontecer – o ministro Palocci já disse isso – remarcação de preços. Não pode começar a haver uma corrida para aumentar os lucros com uma visão de curto prazo”, afirmou, em entrevista no Palácio do Planalto.

Dirceu assinalou que o País precisa de investimentos externos e aumento da demanda para conseguir proporcionar empregos e renda. “O papel mais importante do desenvolvimento do País são os investimentos externos, que estão crescendo, como se viu em janeiro. As contas externas do País estão numa posição privilegiada e os juros são os mais baixos dos últimos nove anos”, afirmou.

Isso mostra, segundo Dirceu, que as condições para a retomada do crescimento estão dadas. Ele acrescentou que o País tem condições de crescer neste ano, independentemente da discussão sobre a necessidade ou não de o governo contingenciar os recursos do Orçamento para cumprir suas metas fiscais. “O governo vai investir neste ano três vezes mais do que investiu em 2003”, disse. “Isso está garantido no Orçamento (Geral da União) e no acordo com o Fundo Monetário Internacional.”

O poder público vai fazer o seu papel”, acrescentou Dirceu. “Agora, cabe aos investimentos privados o papel mais importante no desenvolvimento do País.”

O ministro salientou que o BNDES tem um orçamento consistente, assim como o Banco do Brasil, para financiar a agricultura e a indústria, enquanto a Caixa Econômica Federal dispõe de recursos para garantir programas de saneamento e habitação. Ele ressaltou, ainda, que, além de fazer investimentos em habitação, saneamento, rodovias, ferrovias e hidrovias, o governo está empenhado em aprovar, este ano, o novo modelo do setor elétrico.

Voltar ao topo