FGV: confiança do consumidor sobe pelo 5º mês seguido

O consumidor brasileiro está otimista em relação à economia e, com isso, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou alta pelo quinto mês consecutivo, subindo 1,1% em julho em relação a junho, para 200 pontos. O levantamento, segundo o economista da FGV Aloisio Campelo, mostrou que os consumidores estão otimistas com o cenário econômico tanto no presente quanto em relação ao futuro e com boas perspectivas em relação ao mercado de trabalho, inflação e crescimento da economia.

“A avaliação feita pelo consumidor a respeito da situação da econômica local é a mais favorável da série histórica iniciada em 2005”, diz Campelo. “Pela primeira vez a proporção dos consumidores que avaliam a situação da economia na cidade em que moram como boa é maior daquela dos que avaliam como ruim”. A avaliação da economia local ficou em 105 pontos e esta é primeira vez desde o início da série que passa da barreira dos 100 pontos.

No entanto, Aloisio ressalva que, após um período de alta, a avaliação sobre a situação financeira das famílias se estabilizou: ficou em 131,4 pontos em julho, mesmo nível do mês anterior. O resultado, aliado ao menor ímpeto dos consumidores para compra de bens duráveis nos próximos seis meses (o indicador recuou ao nível de abril, quando ficou em 85,6 pontos), pode sinalizar um aumento do endividamento dos consumidores, diz.

Segundo Aloisio, isso pode ser uma “ressaca” do período de benefícios fiscais dados pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Ou seja, embora estejam otimistas com a economia, os consumidores podem estar influenciados pela alta dos juros, comprometidos com o pagamento de parcelas e com menos dinheiro no bolso.

“Não é que o consumidor vá parar de comprar, mas o indicador está perdendo força. Foi uma queda só, mas foi uma queda de magnitude, voltou-se ao patamar de abril”, afirmou.

O movimento pode ser visto principalmente se a pesquisa for detalhada por faixa de renda. Na mais baixa (até R$ 2 mil), justamente a mais comprometida com compras parceladas de TVs e geladeiras, por exemplo, o ICC subiu 1% em julho em relação a junho. Já na faixa de renda maior (acima de R$ 9.601), menos comprometida com o pagamento de parcelas, a percepção foi melhor: alta de 1,7%.

O mercado de trabalho também registrou uma avaliação positiva recorde. Em julho de 2010, 50,5% dos consumidores consideram difícil conseguir emprego e 9,3%, mais fácil. Em relação aos seis meses seguintes, 24,3% acham que estará mais fácil, e 14,2%, mais difícil. Nos dois casos, estes são os melhores resultados para as respectivas séries.

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