Exportações garantem vendas industriais

Um crescimento de quase 30% nas exportações garantiram o crescimento do faturamento do setor industrial paranaense em novembro. Dados do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) apontam que as vendas industriais cresceram 9,01% sobre outubro e 3,04% em relação a novembro de 2004. No entanto, no acumulado do ano, o resultado financeiro do setor industrial está negativo em 1,5%.

?A recuperação das vendas em novembro não será suficiente para garantir um bom faturamento para o setor industrial neste ano. Como prevíamos em janeiro, as medidas econômicas adotadas pelo governo frearam as vendas da nossa indústria?, avalia o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.

Em 2005, a queda nas vendas não foi maior por causa das exportações, que cresceram 6,19%. Para os demais destinos, no acumulado até novembro, houve queda dentro dos mercados paranaense (-4,04%) e brasileiro (-3,12%). No mês, houve alta de 0,87% nas vendas no Paraná, 6,29%, no Brasil, e 28,88% com as exportações.

Dos 18 itens pesquisados, o grande destaque em novembro foi o setor de alimentos. O segmento, que responde por 34% do faturamento do setor industrial, cresceu 26,84% no mês e aumentou suas exportações em 89,68%. Os principais itens vendidos no exterior foram frangos e aves, açúcar, café solúvel e óleo de soja. Além deste setor, outros oitos tiveram crescimento no mês passado. ?O comércio retardou as compras neste ano, por isso houve uma boa evolução em novembro?, destaca Rocha Loures.

O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, explica que o Natal ajudou no desempenho de novembro dos setores de perfumaria, sabões e velas (29,9%), mobiliário (19,61%) e vestuário, calçados e artefatos de tecidos (12,05%).

Emprego

O reflexo da redução no faturamento foi a queda no número de empregos. Em novembro, houve uma redução de 3,04% das vagas ofertadas em relação a outubro. No comparativo com o mesmo mês do ano passado, a retração foi de 2,67%. A redução em novembro foi maior que as registradas no mesmo mês de 2004 e 2003.

Apesar destes números, no acumulado do ano, em relação ao periodo de janeiro a novembro de 2004, o índice está positivo em 5,42%. ?Quando a empresa é obrigada a dispensar um funcionário, ela está perdendo parte de seu patrimônio e do conhecimento acumulado. Esta decisão só é tomada em tempos de crise?, analisa Maurílio Schmitt.

Os segmentos que mais contrataram em 2005, em relação a 2004, foram: material de transporte (29,97%), perfumaria, sabões e velas (13,77%), e couros e peles (12,28%). Já os setores de matérias plásticas (20,99%), mecânica (17,69%) e têxtil (15,90%) apresentaram no nível de emprego.

A redução dos empregos também provocou queda nas horas trabalhadas de 6,89% no mês, enquanto no acumulado do ano a retração foi de 0,34% sobre igual período de 2004. Na outra ponta, os salários tiveram crescimento nominal de 11,89% no ano ou 7,37%, já descontada a inflação.

Compras

No mês houve queda nas compras de insumo de 1,97%. Porém no acumulado do ano, a alta foi de 3,42%. Papel e papelão, bebidas e material de transportes foram os compradores de insumo, respectivamente, com 83,9%, 36,28% e 21,63%.

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