Exportação e importação batem recorde

Tanto as exportações quanto as importações brasileiras bateram novo recorde histórico em agosto. Segundo dados divulgados ontem, as exportações somaram US$ 13,642 bilhões e as importações somaram US$ 9,127 bilhões.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a média diária de importação em agosto também é recorde, totalizando US$ 396,8 milhões. A média diária de exportações de agosto (que contou com 23 dias úteis), de US$ 593,1 milhões, é o segundo melhor resultado da série histórica, sendo superado apenas pela média diária de julho de 2006 (com 21 dias úteis), de US$ 648,7 milhões.

O superávit comercial de agosto, de US$ 4,515 bilhões, é recorde para meses de agosto. No acumulado deste ano, segundo o ministério, todos os resultados dos oito primeiros meses do ano também são recordes históricos. As exportações somam US$ 88,164 bilhões e as importações, US$ 58,536 bilhões, resultando em um superávit de US$ 29,628 bilhões.

Acumulado de 12 meses

As exportações brasileiras em agosto ultrapassaram, pela primeira vez na história, o valor de US$ 130 bilhões no acumulado de 12 meses. Segundo dados do ministério, as vendas externas totalizaram US$ 130,387 bilhões de setembro de 2005 a agosto de 2006, um aumento de 17,7% em relação ao mesmo período anterior (setembro de 2004 a agosto de 2005). A meta do governo para este ano é alcançar US$ 132 bilhões em exportações. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, as vendas externas totalizam US$ 88,164 bilhões.

As importações também são recordes para o período de 12 meses, totalizando US$ 84,352 bilhões, crescimento de 19% sobre o mesmo período anterior. O superávit comercial em 12 meses totaliza US$ 46,035 bilhões, 15,3% maior que o mesmo período anterior.

Preço sustenta crescimento das vendas externas

Brasília (AE) – O secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat, afirmou ontem que o crescimento das exportações brasileiras em 2006 está sendo sustentado principalmente pelo aumento dos preços internacionais. Segundo ele, de janeiro a julho, houve uma expansão de 11,5% nos preços e de 3,2% no volume exportado na comparação com mesmo período de 2005. ?Ainda bem que os preços estão subindo, por isso estamos tendo este desempenho das exportações. Eu reconheço que o crescimento do volume das exportações poderia ser melhor?, afirmou durante entrevista.

?Existem problemas nas exportações por causa do câmbio em setores que todos já conhecem, como têxteis, calçados e automóveis, mas outros setores estão com um desempenho pujante, considerando o bom momento do mercado internacional com os preços em alta?, avaliou o secretário. Ele acredita que esta é uma fase pela qual o Brasil está passando e que não considera ser uma tendência. ?Vamos aguardar porque o volume das exportações voltará a crescer.? De 2002 a 2005, segundo ele, houve um aumento de 50,8% no volume das exportações e de 30% nos preços. Meziat argumentou ainda que a base de 2005 era alta e que por isso não se podia esperar que o aumento das exportações continuasse no mesmo ritmo.

Ele também afirmou que o resultado das exportações em agosto, que foram recordes, não será superado em nenhum outro mês este ano. Ele argumentou que, de setembro a dezembro, todos os meses têm menor número de dias úteis do que em agosto. Ele acredita que, em setembro, as exportações devam ficar em torno de US$ 11 bilhões.

O secretário também não acredita que seja uma tendência o crescimento das exportações maior do que as importações como ocorreu em agosto (as vendas aumentaram 20,2% no mês passado em relação a agosto de 2005 e as compras subiram 18,6% na mesma comparação). Ele acredita que em agosto podem ter sido registradas exportações que ainda estavam represadas pela greve da Receita Federal em junho, por isso, segundo o secretário, nos demais meses, a tendência é que as importações voltem a superar o crescimento das exportações.

Revisão da meta

O secretário, contudo, acredita que ?possivelmente? a meta de exportações deste ano será revista para cima. Segundo ele, o Ministério do Desenvolvimento está fazendo uma pesquisa junto aos setores empresariais para fazer uma nova avaliação. Mas, por enquanto, segundo Meziat, a meta continua em US$ 132 bilhões. Ele acredita que o saldo comercial ficará em torno de US$ 42 bilhões, embora afirme que este resultado dependerá do comportamento das importações.

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