O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, vai entregar ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, um estudo para criação de mecanismos de incentivo à formação da caderneta de poupança. Segundo ele, o estudo – que deve ser entregue em dez dias e do qual não existem detalhes – sugere a criação de “vantagens suplementares” para os depósitos de longo prazo. Ou seja, o banco quer incentivar o poupador a deixar o seu dinheiro mais tempo na caderneta de poupança.
“Queremos fortalecer a poupança como aplicação para que ela possa ser usada para assegurar o estudo do jovem no futuro”, disse Mattoso ontem em São Paulo.
Rejuvenescer
A Caixa lançou ontem, no Dia Mundial da Poupança, uma nova estratégia para rejuvenescer o produto mais antigo do banco, apoiada numa campanha de marketing que recebeu R$ 10 milhões, voltada para o público infanto-juvenil.
Nos filmes publicitários – que serão veiculados em TV, revistas de variedades e infantis -, as crianças são incentivadas a poupar dinheiro, preservar o meio ambiente e a evitar o desperdício.
O objetivo é rejuvenescer a carteira de clientes da caderneta de poupança da Caixa, composta hoje por 23,4 milhões de contas. Desse total, 900 mil contas são de correntistas com até 15 anos. A expectativa da Caixa é abrir 500 mil contas de caderneta de poupança por mês.
Taxas de juros
Mattoso disse que a caderneta de poupança ganhará competitividade sobre outras formas de investimento a partir da continuidade da trajetória de queda da Selic.
“A caderneta de poupança foi muito afetada ao longo da década de 90 pelas elevadas taxas de juros”, afirmou.
Segundo ele, essa vantagem competitiva será alcançada até o primeiro semestre de 2004, quando a Selic deverá estar em 15% ao ano. Hoje, a taxa básica de juros da economia está em 19% ao ano.