Emprego industrial avança 11,60% no Paraná

O emprego na indústria do Paraná cresceu 11,60% de janeiro a agosto deste ano, com a geração de 49.967 postos de trabalho – 77,7% no interior e 22,3% em Curitiba e Região Metropolitana. Sobre o mês de julho, a variação em agosto foi de 1,36%, com o saldo de 6.452 empregos. Os dados foram divulgados ontem, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

Entre o setores que mais empregaram no acumulado do ano, destaque para a indústria de alimentos e bebidas, com a geração de 20.527 postos de trabalho – o que corresponde a 41,1% do total de empregos gerados no período -, seguido pela indústria da madeira e mobiliário (6.806 vagas) e têxtil do vestuário (6.386). Os três setores responderam juntos por 67,5% das vagas geradas. “A influência principal foram as exportações”, apontou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, acrescentando que os mesmos setores vêm apresentando desempenho positivo há três anos. Na indústria de alimentos e bebidas, destaque para a exportação de carnes, óleos vegetais, açúcar e, mais recentemente, álcool.

Já o bom desempenho da indústria têxtil se deve, parte à exportação e parte à desvalorização cambial, que encareceu os produtos importados e cedeu espaço ao crescimento da produção interna. Outros setores que também apresentaram crescimento foram a indústria de material de transporte (3.929 empregos), química (3.016) e metalúrgica (2.912).

Em comparação com outros estados, o Paraná ocupa a quinta posição na variação de empregos gerados (11,60%), acima da média nacional (8,43%). No saldo de empregos, o Estado passa para a terceira posição (49.967 empregos), atrás de São Paulo (176.684) e Minhas Gerais (53.178).

RMC

Se o desempenho do emprego industrial no Paraná vai bem, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) está melhor ainda. Conforme dados divulgados ontem pelo Dieese-PR, de janeiro a agosto deste ano foram criados 11.145 empregos na Grande Curitiba – quase sete vezes mais em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram geradas 1.556 vagas. “O crescimento se deve especialmente ao mercado interno. O índice de inflação está muito inferior ao ano passado; os juros, apesar dos dois últimos aumentos, estão em patamar mais baixo do que em 2003. Em função disso, está havendo aumento de crédito”, explicou.

Sandro Silva ponderou que apesar do aumento do nível de emprego, as vagas estão surgindo em setores que remuneram muito mal. Conforme levantamento do Dieese, em 2002 o salário médio do trabalhador da indústria do vestuário era de R$ 380,00, da madeira, R$ 491,00 e de alimentos e bebidas, R$ 605,00 – todos abaixo do salário médio da indústria na época, que era de R$ 700,00.

Produção industrial

A produção industrial paranaense cresceu 13,80% em agosto em comparação a julho. No acumulado do ano (janeiro-agosto), o crescimento foi de 7,75%. Os setores que se destacaram no período foram veículos automotores (crescimento de 43,18% no ano), máquinas e equipamentos (24,96%) e madeira (23,92%).

Já as quedas ficaram por conta do refino do petróleo e álcool (-21,02%) – por conta da parada técnica na Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária -, outros produtos químicos (-13,92%) e minerais não-metálicos (-7,04%).

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