Dia chocho faz dólar fechar em baixa

São Paulo

(Das agências) – O dólar fechou em baixa de 0,73% o dia de ontem, cotado a R$ 2,863 para venda. Na volta do intervalo do almoço, a divisa registrou baixa de 1,28% e na máxima, registrada pela manhã, chegou a subir 0,28%. O dólar voltou a ceder, em um dia de volume financeiro muito escasso. O Risco País também fechou em queda. A queda do dólar ontem foi atribuída ao fato de os negócios serem afetados pela véspera do feriado de hoje em São Paulo, quando se celebra o movimento Constitucionalista de 32. “O mercado esteve bem chocho o dia todo e a liquidez foi muito fraca”, resumiu o gerente de câmbio da Corretora Novação, José Roberto Carreira.

Sem força, o mercado ficou a reboque do Banco Central. O marasmo do mercado era tanto que a autoridade monetária sequer aguardou o fechamento para confirmar sua intervenção diária. O BC não confirmou o volume injetado, como é de praxe, mas na semana passada havia anunciado que a partir de ontem seriam US$ 50 milhões por dia até o fim do mês.

De todo modo, o dólar se afastou do fechamento de sexta-feira, quando registrou a única alta desde que o BC anunciou a retomada das intervenções diárias. “Todo mundo fez aquela especulação em cima de pesquisas (na sexta), mas 40% de indecisos ainda é muita coisa”, comentou o operador de uma corretora paulista. Na sexta-feira, o dólar subiu 0,91% e terminou a R$ 2,882.

Durante o final de semana, levantamentos eleitorais mostraram o presidenciável da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS), e o governista José Serra (PSDB) tecnicamente empatados em segundo lugar. As pesquisas foram apontadas como fator que levou nervosismo ao mercado. Para investidores, o senador José Serra representa a principal chance de continuidade à atual política econômica. Outro motivo para alívio no dólar veio no início da tarde, quando o Banco Central informou ao mercado o resultado de um leilão de contratos de swap cambial. Com tal operação, completou-se a rolagem de cerca de R$ 5 bilhões em papéis atrelados ao câmbio, com vencimento na quinta-feira.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), a falta de liquidez também era patente. No segmento de dólar futuro, o volume foi praticamente a metade da média diária do ano, com 36,6 mil contratos negociados até o fechamento.

O vencimento de agosto projetou cotação a R$ 2,8700 na virada deste mês, com baixa de 0,76%.

As projeções de juros tiveram um dia ainda mais fraco. Somados todos os vencimentos, o volume ficou próximo a 56 mil contratos negociados ?menos de um quarto da média diária do ano, de 224,1 contratos. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) mais negociado ?o de janeiro-?projetou taxa anual de 23,80%, ante 24,60% do pregão anterior. O primeiro dia da semana foi marcado pelo reduzido volume de negócios.

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