Copel corta desconto e conta de energia sobe 5%

A partir de 1.º de fevereiro, o desconto concedido pela Copel para contas de luz pagas em dia será, em média, de 8,2%. A redução do percentual de desconto, em cinco pontos percentuais, que por 6 meses neutralizou integralmente os efeitos do índice de 14,43% homologado pela Aneel em 24 de junho de 2004, vai ser necessária devido a vários fatores, como por exemplo o impacto da elevação de custos de encargos intra-setoriais como a Conta de Desenvolvimento Energético. Além disso, há despesas operacionais como a compra da energia produzida pela Itaipu, cuja tarifa teve um reajuste de 7,6% no seu valor em dólar a partir de janeiro.

Outro fator que pesou na decisão de reduzir o desconto tarifário praticado pela Copel foi a obrigatoriedade de sua adesão ao sistema centralizado de comercialização de energia. A medida, objeto de questionamento judicial pelo governo do Paraná, resultou na perda da flexibilidade que a Copel tinha ao usar energia própria no atendimento dos consumidores e considerar na composição de custos tarifas mais módicas e adequadas ao interesse da população.

Estímulo

A política de descontos determinada pelo governo do Paraná sobre as tarifas da Copel vai ser mantida. Ela é instrumento de estímulo às atividades econômicas e à geração de empregos, além de ser um mecanismo eficaz para a preservação do poder de compra da população. No entanto, o percentual deve ser reduzido para que o equilíbrio econômico-financeiro da Copel não seja comprometido.

Trata-se da primeira medida de impacto após a informação de que Paulo Pimentel, o atual presidente da Copel, será substituído por Rubens Ghilardi, que hoje acumula as funções de diretor de Distribuição e de Finanças e Relações com Investidores da estatal. Ghilardi deve assumir o cargo no dia 1.º de fevereiro.

A ação da Copel teve a maior alta do Ibovespa ontem à tarde. O papel chegou bem próximo de 6% (5,95%) para R$ 11,56.

Termelétrica

A Copel pode se tornar a acionista majoritária da UEG, termelétrica instalada em Araucária, e com isso ativar a usina. A proposta foi feita ontem, em Brasília, pelo governador Roberto Requião à ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, que acatou a idéia.

No encontro – em que também participaram diretores da El Paso (atual majoritária), Petrobras, Copel e Itaipu Binacional – o governador e a ministra aprovaram a criação de uma comissão tripartite para discutir a proposta com mais detalhes.

Atualmente, a El Paso detém 60% das ações da usina. A Copel é dona de outros 20% e a Petrobras dos 20% restantes. A comissão, propôs o governador, terá 15 dias para definir valores e discutir soluções para questões técnicas que permitam o funcionamento da UEG.

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