Conjuntura mundial leva a nova alta do petróleo

Os preços do petróleo registraram novas altas ontem. Em Nova York, o barril para entrega em agosto subiu 3,28% e fechou cotado a US$ 39,65. Na máxima, chegou a bater US$ 39,70, o maior valor desde o último dia 3 de junho. Para justificar a subida dos preços, os investidores citaram preocupações com a capacidade de fornecimento na Rússia, na Nigéria e no Iraque.
 
Na Nigéria, a ameaça de greve no setor petrolífero também afeta a confiança dos investidores, alimentando o temor de uma diminuição na oferta mundial de petróleo.

Ontem, a Mobil Producing Nigeria, filial nigeriana do grupo americano ExxonMobil, informou que seus funcionários apresentaram um aviso de greve, enquanto que a Elf Petroleum Nigeria, subsidiária da francesa Total no país, anunciou a suspensão de sua produção, também por problemas com trabalhadores.

No fim de semana, ataques atingiram dois oleodutos no Iraque, um deles em um setor estratégico na exploração no país, próximo a Hawijat al Fallujah, 80 quilômetros ao sudoeste de Bagdá, e o outro no sul do país, que abastece o terminal exportador de Basra.

O preço do barril sofreu ainda o impacto da declaração da petroleira russa Yukos, maior do país (que é o segundo maior exportador mundial de petróleo, atrás apenas da Arábia Saudita).

A empresa petrolífera Yukos, maior da Rússia, declarou que irá suspender os pagamentos de sua dívida e que pode declarar falência, após receber do grupo de bancos liderados pelo Société Générale notificação sobre o ?default? (calote) de um empréstimo sindicalizado de US$ 1 bilhão.

Os investidores temem que a produção da empresa possa afetar suas exportações. Preços mais altos, segundo analistas, podem prejudicar a recuperação econômica mundial, causando surtos inflacionários e altas de juros.

Petrobras reconhece defasagem

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse ontem que os preços da gasolina e do diesel no mercado brasileiro ainda estão defasados em relação às cotações do mercado internacional. Ele não quis informar de quanto seria a diferença de preços cobrados no Brasil e no exterior, mas afirmou que a Petrobras é capaz de absorvê-la.

?Ainda existe uma defasagem nos dois, na gasolina e no diesel, mas este valor eu não posso falar. O entendimento da companhia é de que hoje ainda existe uma volatilidade grande no mercado. É uma defasagem que poderá ser absorvida pela companhia, uma situação com a qual a gente pode conviver hoje.?

A Petrobras comercializa também outros derivados, como querosene de aviação, nafta e óleo combustível, cujos preços são acordados com os clientes. No dia 1.º, a empresa promoveu um corte de 3,9% no preço da nafta e de 7% no óleo combustível. Já o valor do querosene de aviação foi reajustado em 1,1%.

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