Comércio recupera vendas em dezembro

As vendas do comércio varejista paranaense em 2006, utilizando-se como referência para o Estado a média ponderada do desempenho nos quatro principais pólos econômicos incluídos na Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio/PR), indicam um crescimento de 2,05%, graças ao bom desempenho da Região Metropolitana de Curitiba (com alta de 4,36%) e de Maringá, com crescimento de 0,96%, indicadores que foram prejudicados no cômputo geral pelas quedas de 2,49% em Londrina e de 1,79% na região oeste do Estado. Nem o bom desempenho verificado no mês de dezembro (na comparação com novembro), com vendas em alta de 17,13% em Curitiba e região metropolitana; de 12,48% em Londrina; 14,12% em Maringá e de 10,52% na região oeste, conseguiu mudar o panorama do acumulado do ano, que poderia ter sido bem melhor.

Dois setores importantes da economia – indicadores relacionados à distribuição de gasto dos consumidores – apresentaram crescimento significativo de vendas no mês de dezembro: lojas de departamentos (que concentram as vendas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos) com vendas em alta de 67% e o setor de vestuário e calçados, com alta de 30%.

Em dezembro já eram nítidos os sinais de recuperação do agronegócio, se refletindo diretamente no ramo de concessionárias de veículos e outros setores do comércio. No ramo de livrarias e papelarias ganham maior participação nas vendas os produtos de informática, um crescimento mais rápido que o tradicional livro/caderno. Esse mesmo produto (informática) vem aumentando participação nas vendas com o incentivo do financiamento e a queda na cotação do dólar.

Alguns fatores conjunturais explicam o comportamento do comércio em dezembro e seus conseqüentes reflexos sobre os percentuais do acumulado do ano. Na capital e região metropolitana, por exemplo, há uma maior concentração de consumidores que recebem suas rendas do setor público executivo, legislativo e judiciário estando, portanto, até certo ponto imunes às oscilações que afetaram o agronegócio.

Os pólos do interior, por sua vez, dependentes dessa variável, tiveram efeito negativo multiplicador desse segmento. O maior pólo industrial do interior, Londrina, teve que absorver as dificuldades da indústria ao longo do ano, que se refletiram sobre o comércio. Lá, o setor de concessionária de veículos que trabalha com tratores, colheitadeiras e veículos de carga teve queda nas vendas, o mesmo acontecendo com o setor de supermercados e hipermercados, que tem a maior participação nas vendas do comércio e que apresentou desempenho limitado.

Os dados do emprego gerado em 2006, apontam: RM de Curitiba: aumento de 0,36%; Londrina: queda de 12,31%; Maringá: redução de 2,95%; oeste: diminuição de 3,72%.

Permanecem no cenário das economias brasileira e paranaense alguns fatores de contenção que influenciam o varejo paranaense, como carga tributária elevada; grande volume de mão-de-obra à procura de emprego, apesar da queda no desemprego no Paraná, comparado a 2005; e PIB e o investimento interno com crescimento abaixo das necessidades do País.

Existe um ambiente de expectativas positivas dos empresários do comércio em relação a 2007, por conta dos seguintes fatores: queda dos juros, apesar da taxa real ser muito alta para uma economia emergente; redução da inflação, em parte auxiliada pela valorização cambial; expectativa de ampliação dos investimentos públicos para 2007; aquecimento da economia mundial.

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