Comércio do Paraná registrou queda nas vendas

Depois de três meses seguidos de alta, as vendas do comércio varejista do Paraná voltaram a cair. Em julho, a queda no volume de vendas foi de 2,16% na comparação com igual mês do ano passado – em nível nacional, houve aumento de 2,30%. Na comparação com junho, também houve recuo: de 1,47% no comércio paranaense e de 0,45% na média do País.  

Com este resultado, as vendas do comércio paranaense acumulam crescimento de 0,82% de janeiro a julho – bem abaixo do avanço de 5,16% verificado em nível nacional. Já no acumulado dos 12 meses, o comércio do Paraná registra queda de 0,70%, ante crescimento de 5,14% no País. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os setores que puxaram o volume de vendas no Paraná para baixo, destaque para combustíveis e lubrificantes, que teve uma redução de 23,37%. No País, também houve queda, porém menos acentuada: de 10,18%. ?No País, esse setor já vem com queda há 19 meses?, observou Reinaldo Pereira, técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE. ?Os preços (dos combustíveis) foram subindo muito, e as vendas diminuíram. Os preços até estabilizaram, mas num patamar elevado.?

Outro setor que apresentou queda no comércio do Paraná foi o de tecidos, vestuário e calçados (-14,73%). Para Reinaldo Pereira, a redução nas vendas está atrelada às nuances da temperatura. ?Houve liquidações, mas nem por isso se vendeu mais. Além disso, houve a antecipação da coleção primavera/verão, que trouxe preços mais elevados?, apontou. Na média do País, o setor apresentou recuo de 5,10%.

Todos os demais segmentos registraram aumento no volume de vendas no Estado, com destaque para equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (alta de 47,01%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,66%), móveis e eletrodomésticos (3,91%), hipermercados e supermercados (3,39%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos (2,80%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,23%).

País

Em nível nacional, os resultados apresentados pelo varejo em julho foram os piores para um mês de julho desde 2003, segundo o IBGE. Para Reinaldo Pereira, houve um claro ?arrefecimento? no ritmo do comércio varejista em julho.

?O que parece estar se confirmando é que estamos perto de um limite de endividamento das famílias?, disse. Segundo ele, os bens duráveis vinham segurando o comércio varejista e, embora o crédito que levou ao crescimento nas vendas desses bens permaneça disponível, o endividamento já é alto e inibe o acesso das famílias a novos parcelamentos ou, ainda, compromete o rendimento para o pagamento dos compromissos.

Para o economista, os dados de móveis e eletrodomésticos – queda de 2,65% ante junho, o segundo recuo consecutivo – confirmam que o endividamento das famílias está perto do limite. Segundo ele, o segmento ainda se beneficia do crédito, mas bem menos do que ocorria no ano passado ou no início de 2006.

Já as vendas no varejo do segmento de hiper/supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caíram 0,46% em julho ante as de junho. Na comparação com julho do ano passado, as vendas desse segmento cresceram 4,97% e puxaram o resultado do varejo em geral no mês. Pereira avalia que o segmento foi beneficiado pelo rendimento médio real dos trabalhadores, neste ano, acima do patamar em que estava no ano passado e, ainda, pelo aumento do emprego com carteira assinada no período.

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