Candidato a emprego precisa qualificação

A falta de vagas, aliada a baixa escolaridade, qualificação específica e baixos salários, estão entre os principais entraves para quem busca o primeiro emprego. Por isso o público com faixa etária de 16 e 24 anos são os que mais têm dificuldades para conseguir uma colocação formal. Em 2005 a Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social conseguiu colocação para 68 mil jovens. Esses números são considerados baixos diante da demanda.

A afirmação é do secretário da pasta, Padre Roque Zimmermann que entende que o volume de colocação é insuficiente diante do volume de pessoas que buscam emprego. Ele ressalta que as dificuldades encontradas pelos jovens são as mesmas que as pessoas com mais idade, sendo que atualmente apenas 33% do total de candidatos que procuram uma vaga são contratados. ?Apesar de termos conseguido uma evolução positiva na colocação, ainda temos uma demanda crescente?, falou.

Liandra Cristina Peron, de 24 anos, faz parte dessas estatísticas. Ela está procurando há quatro anos uma vaga no mercado formal, mas esbarra na falta de experiência comprovada. ?Eu já trabalhei em casa de família e como secretária, mas nunca tive a carteira assinada. E como eles não me dão carta de referência, não consigo comprovar minha experiência?, reclamou.

Depois de concluir um curso técnico em enfermagem, Isabeli Belli Lawder, de 19 anos, foi em busca de uma vaga no mercado. Apesar de todo o conhecimento teórico, sente que a experiência acaba sendo mais exigida na hora da contratação. Ontem ela foi pela primeira vez na Agência do Trabalhador tentar uma vaga. ?Eu já fiz um concurso público mas não passei. Também fui procurar em outros lugares, mas esbarro na experiência. Minha esperança é que aqui pelo menos a minha experiência como estagiária conte pontos?, falou.

Mudanças

O programa Primeiro Emprego, nos moldes que foi lançado pelo Governo Federal, não funcionou afirmou o secretário Padre Roque. Ele explicou que o governo repassaria recursos para as empresas participantes do programa que estivessem rigorosamente em dia com suas obrigações fiscal e tributária. A União também pagaria os salários dos primeiros seis meses e a empresa assumiria os outros seis, até o jovem conseguir um ano de experiência. ?Prova que o programa não emplacou é que aqui no Paraná nós tivemos, em 2005, apenas 161 pessoas empregadas nesse formato?, comentou o secretário.

Para combater esse insucesso da iniciativa federal, a secretaria reformulou a proposta e começou a promover cursos de formação voltados para a demanda de mão-de-obra exigida pelas empresas. ?Foi então que começamos a barganhar, pois damos o curso, mas exigimos a contratação dessa clientela?, disse Roque. Ele complementou que se fossem buscar esse profissional qualificado através de empresas privadas de colocação, esse serviço seria cobrado. Através dessa parceria oferecem o profissional sem custo.

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