Cai a rentabilidade das exportações

Foto: Arquivo

Rentabilidade, que havia subido, caiu de novo.

Rio – A rentabilidade das exportações, que tinha subido 2% em março, voltou a cair em abril, mesmo existindo aumento médio dos preços de produtos vendidos ao exterior pelo Brasil. O Índice de Rentabilidade das exportações, calculado pela Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), caiu 1,9% em abril em relação a março. Em relação a abril de 2006, a queda no mês passado foi de 0,7%.

O Índice de Rentabilidade, que tem base 100 em dezembro de 2003, terminou abril em 83,3. O resultado ainda está um pouco acima do de 82,2 em fevereiro e do de 82,5 de dezembro.

Ainda assim, as exportações cresceram 27% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, mais do que as importações, que se expandiram 22,5%. Os números de maio também são positivos, indicando saldo de US$ 4,6 bilhões este mês, com exportações de US$ 14,5 bilhões e importações de US$ 9,9 bilhões.

Os números de abril e maio levaram a Funcex a aumentar sua previsão de saldo comercial para US$ 43 bilhões, que resultariam de US$ 157 bilhões de exportações (14 mais que em 2006) e de importações de US$ 114 bilhões (24,7% mais que no ano passado).

Câmbio

A taxa de câmbio afeta mais os produtos manufaturados. Já as commodities têm se favorecido com altos preços no mercado internacional, influenciados pelo surgimento da China como forte importadora nos últimos anos.

A Funcex registra que a ampliação das vendas ao exterior é explicada principalmente pela quantidade vendida, que aumentou 16% em relação a abril do ano passado. Os preços subiram também. Aumentaram 1% em relação a março, acumulando alta de 9,3% desde abril de 2006.

De acordo com a Funcex, os preços de exportação aumentaram ?apenas 1%? de março para abril. De fevereiro para março, eles tinham tido alta média de 2,4%, o que compensou a valorização do câmbio e o aumento nos custos de produção e tinha levado a queda acumulada em 12 meses no índice de rentabilidade de 0,4% em fevereiro para 0,2% em março.

Este mês, a alta dos preços das exportações não foi suficiente para compensar a queda da cotação do dólar em relação ao real (de 2,7% de março para abril). Ainda houve um aumento de 0,2% nos custos de produção no País, o que também influiu para a queda do índice.

Em abril, a valorização real da moeda brasileira foi de 1,8% em relação ao dólar descontando a inflação no atacado – que foi de apenas 0,02% no Brasil e de 0,97% nos Estados Unidos. Já deflacionando pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a valorização do real de março para abril foi de 3% em relação ao dólar. Nos 12 meses até abril, o dólar se desvalorizou 6,7% em relação ao real, considerando a variação dos preços no atacado, e 5,5%, deflacionando o câmbio pela inflação ao consumidor.

Um dado animador é o de que o real se valorizou apenas 0,1% em relação a uma cesta de 13 moedas de países com que o Brasil tem relacionamento comercial nos 12 meses até abril deflacionando a taxa de câmbio pela inflação ao consumidor. Porém, de março para abril, a valorização do real em relação a essa cesta foi de 3,1% usando o mesmo tipo de deflator.

Já pela inflação no atacado, a média da cesta de 13 moedas teve queda de 2,1% em relação ao real nos 12 meses até abril e o real subiu 1,3% no mês passado ante março.

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