Brasil e Paraguai fazem acordo sobre energia

Foto: Divulgação
Geração de energia de Itaipu estava em disputa entre Brasil e Paraguai.

O Brasil e o Paraguai chegaram a um acordo para o reajuste de preço da energia de Itaipu, informa fonte ligada à empresa binacional. Pelo tratado entre os dois países, metade da energia produzida pela hidrelétrica pertence ao Brasil e a outra metade ao Paraguai. Como o país vizinho não utiliza toda a sua energia, vende parte para o Brasil.

 É sobre essa parcela que será aplicado o reajuste. Segundo a fonte, o aumento daria no final do ano mais US$ 100 milhões para o Paraguai. O acordo teria sido fechado sem mexer em nenhuma cláusula do Tratado de Itaipu. Segundo a mesma fonte, o tratado foi respeitado, e o Paraguai vai continuar utilizando apenas a energia de duas turbinas da hidrelétrica, com 700 MW cada uma. As demais turbinas, 18, cedem energia diretamente para o consumo brasileiro.

As discussões sobre o aumento no preço da energia de Itaipu começaram logo após o presidente da Bolívia, Evo Morales, defender um reajuste no preço do gás e em outros combustíveis produzidos por empresas multinacionais, depois sucedidas pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YFPB). O Tratado de Itaipu vai até 2023. A hidrelétrica começou a operar comercialmente em 1985.

Hidrelétricas

A geração de energia por meio de usinas hidrelétricas no Brasil expandiu-se em 2.367,3 megawatts (MW) em 2006, segundo balanço divulgado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essa energia nova foi produzida por 11 usinas: Barra Grande (divisa de Santa Catarina com Rio Grande do Sul), Capim Branco 1 (Minas Gerais), Corumbá 4 (Goiás), Tucuruí (Pará), Peixe Angical (Tocantins), Fundão (Paraná), Picada (Minas), Irapé (MG), Espora (GO), Mascarenhas (Espírito Santo) e Monte Claro (Rio Grande do Sul).

A geração hidrelétrica agregada ao sistema em 2006 foi a maior, em um único ano, desde o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2003, as hidrelétricas acrescentaram 2.215 MW novos ao sistema. Em 2004 a contribuição delas recuou para 1.140 MW novos, subindo ligeiramente para 1.732 MW agregados em 2005.

De acordo com a Aneel, na próxima segunda-feira deverão começar os testes da primeira das três turbinas da usina hidrelétrica de Capim Branco 2, em Minas Gerais. A unidade tem 70 MW de potência. Quando estiver operando a plena carga, Capim Branco 2 terá capacidade instalada para gerar 210 MW.

Termelétricas

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prorrogou para 28 de fevereiro o prazo, encerrado em 28 de dezembro, para que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica apresentem proposta para que seja aberta a possibilidade de usinas termelétricas despacharem energia para o sistema fora da ?ordem de mérito?.

Essa ordem estabelece que, quando o ONS determina que as térmicas comecem a gerar energia (porque os reservatórios das hidrelétricas estão mais baixos), sejam acionadas primeiramente as que têm menor custo de geração.

Mas, como a Aneel constatou, no fim do ano passado, que algumas termelétricas não estão conseguindo produzir a plena carga por falta de gás natural, a agência abriu a possibilidade de térmicas que não estão em primeiro lugar na fila da ?ordem de mérito? – ou seja, cujos custos não são os mais baixos – possam aproveitar para gerar energia quando tiverem gás, independentemente de ser ou não a vez de gerarem. Deste modo, essas térmicas acumulariam uma espécie de ?crédito? para quando o ONS solicitar que sejam acionadas as usinas.

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