Bovespa cai 7,75% e dólar volta a subir

O mau humor generalizado dos investidores com uma possível recessão nas economias centrais, os resultados negativos de grandes empresas e dos indicadores financeiros europeus e os resultados e o anúncio, pelo governo norte-americano, de que o pacote de salvação aprovado há um mês não vai ser direcionado para títulos podres, derrubou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que teve queda de 7,75% ontem.

O câmbio, por sua vez, apresentou elevação do dólar perante o real, de 3,01%, colocando a moeda norte-americana no patamar de R$ 2,29. O Banco Central interferiu por três vezes no mercado de moeda.

As bolsas européias concluíram os negócios em forte queda, a exemplo de Londres (declínio de 1,52%), Paris (recuo de 3,07%) e Frankfurt (baixa de 2,95%).

O governo do Reino Unido revelou uma das piores notícias do dia: o contingente de desempregados atingiu a marca histórica de 1,825 milhão de pessoas até setembro.

E segundo o banco central inglês, a economia do Reino Unido teve uma contração de 0,5% no terceiro trimestre deste ano e que uma recuperação somente deve ocorrer no segundo semestre de 2009.

O governo espanhol reforçou o noticiário negativo, ao confirmar a informação do banco central local de que o PIB (Produto Interno Bruto) teve uma contração de 0,2% no terceiro trimestre.

No Brasil, a BM&F-Bovespa, empresa que administra as duas principais Bolsas de Valores do país, apurou lucro líquido de R$ 235,6 milhões no terceiro trimestre deste ano. O crescimento no período foi de 42,6% sobre o trimestre anterior.

O mercado tem sido agitado por vários rumores sobre possíveis aquisições de instituições financeiras pelo Banco do Brasil, com alvo nos bancos Votorantim e Nossa Caixa.

Ontem, a instituição financeira divulgou em comunicado que “até o momento, não há decisão sobre aquisição de participação acionária em quaisquer instituições financeiras”.

“A sequência de dados indicando recessão está limitando a recuperação do mercado”, disse Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros.

No mercado doméstico, a Petrobras PN chegou a cair 11%, para R$ 21,24. Apesar de ter reportado lucro de R$ 26,56 bilhões nos primeiros nove meses do ano, o maior já registrado nos últimos 21 anos por uma empresa de capital aberto brasileira, a companhia não convenceu o mercado.