Biocombustível como opção agrícola

O governo do Paraná está decidido a proporcionar uma alternativa para o cultivo de grãos no Estado que não seja a produção exclusiva para exportação. De acordo com o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, já existe uma parceria entre as secretarias da Agricultura, de Ciência e Tecnologia, o Conselho Regional de Engenharia (Crea), Tecpar, Iapar e Emater para a pesquisa de produção de biocombustível a partir de óleos vegetais.

O tema foi um dos debatidos ontem, na reunião do governo com o secretariado, com a participação do professor Bautista Vidal, presidente do Instituto do Sol, de Brasília. Vidal é físico e um profundo conhecedor de energias disponíveis no planeta. Defendeu a importância do Brasil como líder na produção de energias limpas. Segundo o professor, a era da exploração dos combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) está no fim e as guerras no mundo podem se acirrar porque os países são extremamente dependentes de energia.

Para Vidal, energia é crucial porque ?nela está o centro do poder e da vida?. Segundo ele, o Brasil tem um enorme potencial para exploração de energias renováveis e pode se transformar na grande potência energética do planeta, desde que assuma essa responsabilidade.

Vidal criticou o imobilismo do governo federal, que nada fez para exploração dessas potencialidades, apesar de ter a melhor equipe e o melhor conhecimento do mundo, tendo sido o único país a desenvolver um programa nacional de energia limpa, que é o Programa do Álcool (Proálcool), há 27 anos. Ele citou ainda a disponibilidade do sol, que é um verdadeiro reator nuclear, água e vasto território.

Biocombustível

Para não desperdiçar essa oportunidade, Vidal citou a disposição do governador Roberto Requião em transformar o Paraná em líder nesse processo de transformação nacional. Vidal sugeriu uma aliança entre a Copel (Companhia Paranaense de Energia) e a Cemig (Centrais Elétricas de Minas Gerais) para dar o suporte necessário ao projeto de produção de óleo vegetal.

Segundo o professor, somente essas duas empresas estatais têm o potencial para o desenvolvimento de um projeto de tamanha magnitude que pode trazer independência e muito dinheiro ao País. ?Certamente a Petrobras também vai se aliar ao projeto porque o Japão já mostrou interesse na compra de energia limpa?, afirmou.

Segundo o secretário Pessuti, as pesquisas para esse projeto já estão adiantadas no Paraná. O Iapar e a Emater estão pesquisando um zoneamento climático específico para as culturas de girassol e nabo forrageiro, como alternativas de lavouras de inverno no Estado, para produção de óleo vegetal. ?O objetivo é tornar o período menos dependente da cultura do trigo?, observou. Pessuti adiantou que a Petrobras já está participando dos estudos da produção desses cereais para produção de biocombustível.

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