BHP Billiton reduzirá força de trabalho global em 6%

A australiana BHP Billiton, maior mineradora do mundo, anunciou que vai reduzir em 6% sua força de trabalho global, fechar uma mina de níquel na Austrália e diminuir a produção de carvão. As medidas são semelhantes às que foram anunciadas nos últimos dias pelas concorrentes da mineradora, incluindo a também australiano Rio Tinto, antigo alvo de uma oferta de compra da BHP. Segundo analistas, o anúncio deve ser seguido por mais uma diminuição nas estimativas da empresa para seus resultados do primeiro semestre, a serem divulgados no mês que vem.

O diretor financeiro da BHP, Alex Vanselow, disse que a companhia dispensará cerca de 6 mil trabalhadores por causa do enfraquecimento da demanda por seus produtos. As mudanças resultarão num custo extraordinário de cerca de US$ 550 milhões, a maior parte do qual relacionada a um encargo do segundo semestre na operação da mina de níquel Ravensthorpe.

Descrevendo a medida como uma resposta “muito séria” à crise global, Vanselow afirmou que os cortes incluem 2.100 postos de trabalho na unidade de níquel da BHP na Austrália, a maioria dos quais decorrentes do fechamento da mina. Cerca de 550 postos de trabalho serão fechados nos EUA; até 200 postos no projeto de expansão da mina de urânio e cobre Olympic Dam, na Austrália; 2 mil postos nas operações de metais básicos no Chile e 1.100 nas operações com carvão metalúrgico na Austrália.

A produção de carvão na Austrália será reduzida em 10% a 15%, equivalente a uma perda anual de 4 milhões a 6 milhões de toneladas. No Chile, segundo o executivo, os cortes se referem a adiamentos de projetos, e não a reduções de produção.

Vanselow acrescentou que a BHP permanece confiante no crescimento de longo prazo da China, embora os esforços do governo chinês para estimular a economia devam apresentar resultados já no médio prazo. “Nossa maior preocupação não é a China, que representa 30% do consumo global”, declarou. “[Os países da] Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e outros países em desenvolvimento são o núcleo da incerteza que estamos vendo”, afirmou. As informações são da Dow Jones.