BC define política de câmbio e o dólar passa a cair

Às 11h14, pouco após o anúncio do BC,
o dólar caía 2,32%, cotado a R$ 2,825

BC define política de intervenção no câmbio

BrasíliaO diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, anunciou uma estratégia de política de intervenção no mercado de câmbio para o mês de julho. Segundo ele, o BC fará intervenções diárias no mercado por meio de operações de linhas externas ou no dólar pronto (mercado à vista). A escolha de qual das duas formas de intervenção o BC adotará a cada dia se baseará nas condições de mercado. As operações de linha externa serão de até 90 dias e as no mercado à vista serão feitas por meio dos representantes do BC.

Entre hoje e sexta-feira, as intervenções serão de US$ 100 milhões por dia. A partir de segunda-feira até o final do mês, as operações serão de US$ 50 milhões por dia. Todos os dias haverá intervenção nesse valor.

Intervenções de julho somarão US$ 1,5 bi

Figueiredo, anunciou também que o Banco Central vai rolar integralmente os vencimentos deste mês das operações de linhas externas, que somam US$ 320 milhões. Com as intervenções diárias anunciadas para até o fim do mês, o total de atuações no mercado de câmbio em julho somará US$ 1,5 bi. O diretor informou que este valor inclui a operação de linha externa realizada na segunda-feira no valor de US$ 300 milhões.

Ele informou também que este valor exclui a rolagem de US$ 320 milhões que será feita ao longo do mês. Figueiredo disse ainda que a decisão sobre o que vai acontecer em agosto com a política cambial será informado no final deste mês.

Objetivo é gerar liquidez

Luiz Fernando Figueiredo, apontou uma série de razões para autoridade monetária definir uma estratégia de atuação no câmbio para o mês de julho. São elas: pequena liquidez o mercado de câmbio pronto; escassez de linhas externas nas operações financeiras em geral de curto prazo; e fraca demanda de hedge. Segundo o diretor, a intenção do Banco Central é gerar liquidez no mercado cambial. Ele deixou claro que o BC não tem intenção de interferir na taxa de câmbio. “Não estamos dizendo que, nesse preço, faremos isso ou aquilo. Por isso, as intervenções serão diárias, independente da taxa de câmbio”, disse.

Figueiredo insistiu que o BC definirá se atuará no dólar pronto ou por meio de linhas com base em uma avaliação diária do mercado. Figueiredo também disse que o BC estipulou um valor maior de intervenção nos primeiros três dias para que as medidas surtam efeito mais rapidamente.

?Mercado passa por grande overshooting?

Sem querer fazer comentários sobre o atual nível do câmbio, Figueiredo acabou admitindo que considera um overshooting a atual taxa do dólar. Para ele, essas taxas não condizem com os fundamentos da economia de hoje e nem com os que deverão vigorar no período pós-eleições. Segundo ele, esses preços refletem uma ansiedade exagerada. “Por isso cabe a política que tomamos”, afirmou.

Figueiredo comentou que o fluxo de recursos externos está da normalidade. Ele disse que, com o mercado mais líquido, que é o objetivo do BC, há uma formação melhor de preços. “No mercado pouco líquido, a formação de preços é pior, o que dificulta as negociações dos agentes”. Na avaliação do diretor, a origem dessa pouca liquidez está na situação de maior incerteza e volatilidade, no período que “estamos vivendo”.

Ele comentou que este é um período mais turbulento, em função das eleições em outubro, que geram uma ansiedade exagerada e maior volatilidade.

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