Bancários tentam retomar negociação

Uma comissão de representantes dos bancários reuniu-se na tarde de ontem com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, para pedir que ele seja o mediador das negociações com a Federação Nacional do Bancos (Fenaban). O presidente da Confederação Nacional dos Bancários da CUT, Wagner Freitas, disse que os banqueiros estão instransigentes e João Paulo prometeu mediar o debate. Ele não descartou pedir ajuda nem ao presidente Lula.

“Solicitamos a intermediação de João Paulo para a retomada do diálogo entre patrões e empregados e o próximo passo é tentar uma audiência com o presidente Lula. Não queremos estatizar essa questão, queremos que o governo faça a intermediação para ajudar a vencer a intransigência por parte dos bancos”, afirmou Wagner.

A greve entra hoje no 22.º dia, e está concentrada essencialmente entre funcionários do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Em Curitiba, os bancários decidiram ontem, em assembléia, pela continuidade da greve. De acordo com o diretor do Sindicato do Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, José Paulo Staub, existe grande expectativa quanto à intermediação do presidente da Câmara Federal para o fim da greve. “Há pressão para que a greve chegue logo ao fim”, afirmou Staub. A expectativa, segundo ele, é que o movimento termine nos próximos dias.

Os bancários admitem que a greve esvaziou e se concentra nos bancos públicos, basicamente BB e CEF. Segundo Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, 8 mil trabalhadores estão parados em São Paulo e mais 23 estados. Quando os principais bancos estavam paralisados, nos primeiros dias de greve, a adesão chegou a 30 mil. Mas Marcolino não acredita no fim da greve.

Negociação

Na segunda-feira, a Executiva Nacional dos Bancários recuou nas negociações e definiu a entrega da contraproposta, que prevê reajuste de 19%, abono de R$ 1.500,00 e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de um salário mais o valor fixo de R$ 1.200,00. A proposta original era de reajuste salarial de 25% (composto por reposição da inflação e aumento real de 17,68%). A proposta da Fenaban prevê reajuste de 8,5% mais R$ 30,00 para quem ganha salários até R$ 1.500,00, o que implicaria em reajustes de até 12,77%. (Lyrian Saiki e agências)

JF suspende prazos

Os juízes federais Gilson Luiz Inácio e Cristiano Aurélio Manfrini, da 4.ª Vara Federal de Londrina, assinaram portarias, no dia 29 de setembro, suspendendo o curso dos prazos de todos os processos em que seja parte a Caixa Econômica Federal. A suspensão de prazos é válida para os processos que tramitam na Vara, os quais dependam de documentação a ser fornecida, sem prejuízo das audiências já designadas. A suspensão é válida enquanto durar o movimento grevista de âmbito nacional deflagrado pelos funcionários da Caixa Econômica Federal. As Portarias também suspendem o prazo para efetuar preparo de recurso e o recolhimento de custas de autenticação, até o final da greve, em relação à CEF, e quanto as demais partes, em todas as classes de ação, até três dias após o fim da paralisação e o desarquivamento de autos. Os efeitos das Portarias retroagirão à data de 16 de setembro de 2004.

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