Após acordo, Rússia auditará 40 frigoríficos do Brasil

Os governos do Brasil e da Rússia assinaram nesta sexta-feira (18) o acordo de regras sanitárias para a certificação e a produção de carnes exportadas para aquele país. Na próxima semana, uma missão de oito agentes de inspeção russos virá ao Brasil e fará auditoria em mais 40 unidades frigoríficas para reabilitá-las à exportação.

As unidades ficam na região dos 11 Estados (Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, São Paulo, Rio de Janeiro Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Sergipe) e no Distrito Federal que ficou embargada pelo governo russo entre 2005 e dezembro de 2007, após o surgimento de casos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná.

Neste período, apenas animais do Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia, Santa Catarina e de uma área do sul do Pará estavam sem embargo. A Rússia é o maior cliente individual de carnes do Brasil, com um comércio, em 2007, de 5,5 milhões de toneladas e um faturamento de US$ 3,38 bilhões. Da receita total, US$ 2 bilhões correspondem às exportações de carnes bovinas. O Ministério da Agricultura não soube informar quantas unidades frigoríficas exportam para a Rússia atualmente, mas garantiu que mais 200 tinham negócios com aquele país até 2005.

Acordo

O acordo foi assinado em Berlim (Alemanha) pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, e por Sergei Dankvert, chefe do Serviço Fitossanitário e Veterinário da Rússia. Kroetz encerrou na Alemanha uma visita técnica pela Europa, na qual assinou ainda com o governo da Espanha um memorando para a harmonização de normas de rastreabilidade bovina entre os dois países.

As novas regras de garantias sanitárias para a certificação e a produção de carnes exportadas para a Rússia prevêem que as inspeções nos frigoríficos e nos portos sejam feitas pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) do governo brasileiro, atribuições antes realizadas pelos russos. Os russos seguirão com a fiscalização na entrada da carne brasileira nos portos locais e ainda farão auditorias periódicas de habilitação no Brasil, como a da próxima semana.

Se a carne for rejeitada pelo mercado russo, o exportador terá de arcar com custos com a perda do produto e ainda com o frete de retorno da mercadoria refugada.

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