Amorim e coreano têm dúvidas sobre extensão da crise

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e de Comércio Exterior da Coréia do Sul, Kim Jong-hoon, deixaram claro nesta quinta-feira (23) suas dúvidas sobre a extensão da turbulência gerada no mercado imobiliário norte-americano e consideraram útil a possibilidade de os ministros da Fazenda da América Latina e da Ásia do Leste virem a se incorporar às discussões do Focalal, fórum de cooperação entre as duas regiões. A inclusão dos ministros da Fazenda a esse fórum de chanceleres é uma idéia ainda a ser definida.

Durante entrevista à imprensa, logo depois do encerramento da reunião ministerial do Focalal em Brasília, Jong-hoon declarou que os países afetados pela turbulência – Estados Unidos e os da União Européia – têm a responsabilidade de atuar para elevar a liquidez em seus mercados, como meio de evitar um problema adicional que venha a ser causado pela falta de crédito. "Temos de estar vigilantes", completou.

O ministro Amorim, por sua vez, voltou a reforçar sua visão de que a conclusão da Rodada Doha poderá provocar um impacto positivo nos mercados e, portanto, minimizar possíveis efeitos da turbulência.

O tema foi discutido na manhã de hoje durante uma reunião informal dos representantes dos 33 países do Focalal, no Clube das Nações, em Brasília. Amorim repetiu a observação recorrente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o Brasil e o restante da América Latina estão em condições econômicas mais favoráveis neste momento do que no final da década de 90, quando a região foi abatida por quatro crises. "Não sei se a crise terminou. Mas, desta vez, não houve o pânico como nas turbulências dos anos 90", afirmou.

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