Alívio político se reflete no mercado

São Paulo (AG) – O discurso do presidente do PTB na Câmara, Roberto Jefferson, foi a principal variável para os negócios no mercado financeiro ontem. A constatação de que Jefferson não apresentaria novidades sobre as recentes denúncias contra o PT fez o dólar fechar em baixa de 0,65%, cotado a R$ 2,432 na compra e R$ 2,434 na venda.

O temor do surgimento de provas do suposto pagamento do ?mensalão? a deputados levou a moeda americana a subir até 1,14% no início da tarde. A virada começou assim que Jefferson reafirmou não ter fitas gravadas que pudessem comprovar suas afirmações sobre compra de apoio às votações do governo. Apesar das críticas a políticos e ministros, o discurso não representou novidade para os investidores.

Foi a terceira queda consecutiva do dólar, que devolve parte das fortes altas da semana passada, geradas por conta de uma entrevista de Jefferson. Os títulos da dívida externa registram valorização e o risco-país brasileiro fechou em queda de 1,42%, aos 416 pontos centesimais.

O mercado futuro de juros fechou apostando na manutenção da taxa Selic na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom). A reunião começou ontem e termina hoje, com a definição dos juros básicos da economia.

Bovespa

O reflexo do depoimento do presidente do PTB, se fez sentir também na Bovespa. Depois de cair 2,3%, a Bolsa inverteu o movimento e fechou com ganhos de 3,38%, maior alta percentual desde 24 de fevereiro deste ano, quando subiu 4,55%.

Para a diretora da corretora AGK, Miriam Tavares, o depoimento do presidente do PTB tão trouxe nada de bombástico até o fechamento dos mercados.

Ela acrescentou que a queda do dólar vem sendo sustentada pela entrada de recursos no País por meio das exportações e de captações. ?Se não fosse essa crise política, o dólar estaria caindo muito mais?, afirmou.

Na Bovespa, tem pesado positivamente o aumento das apostas de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 19,75% ao ano, por conta da desaceleração da inflação, e o recuo das expectativas de IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE) para 2005.

O volume financeiro negociado na Bovespa somou R$ 2,164 bilhões, bem superior aos dos últimos dois dias, que não chegaram a R$ 1 bilhão.

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