Dono do Totobola depõe à polícia sobre suspeita de fraudes

O dono do Totobola, Mario Alberto Charles, prestou depoimento ao delegado do Nurce, Sérgio Sirino, na manhã de quarta-feira (28). O interrogatório durou cerca de três horas. Charles chegou à delegacia quinze minutos atrasado, acompanhado pelo seu advogado. Por enquanto, os detalhes do depoimento são mantidos em sigilo para não atrapalhar as investigações. “Posso dizer que Mario Charles será convocado mais uma vez para esclarecer pontos ainda obscuros na investigação”, afirmou Sirino.

O delegado ainda disse que vai ouvir outras pessoas envolvidas com o Totobola no Rio Grande do Sul, além de já ter convocado o ex-sócio de Charles, Carlos Rodolfo Zicavo, que está em Buenos Aires. “Além disso, também chamaremos os dirigentes do Serlopar que no último ano do governo Lerner foram responsáveis pelo contrato duvidoso que permite a exploração da loteria no Paraná”, disse Sirino. O delegado também espera o resultado da perícia que está sendo feita no software que controlava os sorteios.

Sirino quer descobrir como a máquina entrou no Paraná. “Nos próximos dias estaremos investigando a lista dos ganhadores do Totobola. Queremos saber se eles realmente foram premiados ou se muitos são ‘laranjas’. Os indícios de que pessoas ligadas ao argentino recebiam informação privilegiada são fortes. Muitas poderiam ser informadas do resultado do sorteio e também do local onde estava a cartela premiada, antes que o sorteio fosse levado ao ar”, explicou o delegado.

Na terça-feira (27), a máquina bingueira e o computador foram levados ao Instituto de Criminalística para perícia mais aprofundada. A máquina foi retirada depois que a polícia conseguiu na justiça um mandado de busca e apreensão. Além da fraude nos sorteios, o Nurce investiga indícios de corrupção no processo de contrato que permitiu a exploração do Totobola no Paraná e também lavagem de dinheiro.

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