Doleiro ouviu, “em conversas informais”, que corretora trabalhava para PT

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt, conhecido por Toninho da Barcelona, admitiu, nesta terça-feira, ter realizado uma remessa de US$ 2,05 milhões, cerca de R$ 7 milhões, para a corretora Bônus-Banval.

Segundo ele, a remessa foi feita em período eleitoral, entre setembro e outubro de 2002. Na época, Toninho disse ter ouvido, "em conversas informais", que o dinheiro era para gastos de campanha de partidos políticos.

Toninho disse ter conversado, na época, com o presidente da empresa Guaranhuns, Lúcio Funaro. Segundo Toninho, Funaro teria dito que "a Bônus-Banval está concentrando as operações dos Partidos dos Trabalhadores, está cooperando com a campanha do deputado Janene ? referindo-se ao deputado José Janene (PP-PR). O doleiro afirmou ainda que soube que a Guaranhuns "teve problema com o PL", mas disse não saber mais detalhes da relação.

"Quando o mercado começa com uma atipicidade, tem-se o cuidado de saber exatamente que operação é, a que se refere a essa operação, por que razão ela demanda de tanto dinheiro: campanha política", disse Toninho. O doleiro está depondo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, que apura a relação das casas de jogos com o crime organizado e com a prática de lavagem de dinheiro.

Barcelona está preso desde agosto de 2004, em Avaré, no interior paulista, por remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Estima-se que tenha movimentado, em apenas uma de suas contas, mais de US$ 190 milhões. O doleiro veio a Brasília escoltado pela Polícia Federal.

Voltar ao topo