Desempenho comercial ajudou na queda do Risco Brasil

Brasília – O forte desempenho da balança comercial é a principal causa da queda da taxa de risco Brasil, segundo a avaliação dos diretores do Banco Central (BC). Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, eles registram que o risco país bateu um recorde histórico de queda, depois de oito anos.

Eles acreditam que esse resultado positivo se deve à combinação de comércio exterior forte, superávits nas contas públicas e na redução "consistente" da inflação. Esse trio, diz a ata, contribuiu "sobremaneira para suavizar os efeitos de choques externos adversos sobre a economia doméstica."

Ainda conforme a ata, a melhora dos fundamentos da economia foi o que permitiu ao País quitar antecipadamente sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com um pagamento de US$ 15 5 bilhões.

A taxa de risco país reflete a desconfiança que os investidores têm que um país vá deixar de honrar seus compromissos. Ou seja, quanto menor a taxa, maior é a credibilidade desse país. A referência internacional são os títulos do tesouro americano, considerados como risco zero. A taxa de risco país mostra quanto acima do título americano um país está pagando para emprestar recursos de investidores externos.

Um comércio exterior forte é o principal indicador de solvência externa de um país, porque mostra a capacidade de gerar divisas em moeda estrangeira. Por isso os sucessivos recordes que vêm sendo registrados pela balança comercial, apesar do dólar fraco, foram apontados como o principal fator responsável pela queda da taxa de risco-país.

A ata registra que, nos 12 meses terminados em novembro passado, as exportações já somavam US$ 116,6 bilhões. A meta para este ano é exportar US$ 117 bilhões e o ministro do Desenvolvimneto, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, já considera a meta superada.

Também contribuiu, na avaliação dos diretores, o resultado positivo nas contas públicas. Em outubro, dado mais recente disponível, o superávit primário (que é a economia feita pelo governo para pagar a dívida) estava em R$ 95,055 bilhões, o equivalente a 5,97% do Produto Interno Bruto (PIB) – bem acima da meta para o ano, que é 4,25% do PIB.

Os resultados das contas fiscais de novembro serão divulgados amanhã (23) pelo Banco Central.

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