Deputados bolivianos comentam os desafios políticos de Evo Morales

"Temos grandes expectativas de que ainda este ano se inicie o processo de mudanças prometido por Morales", afirmou o senador Antonio Peredo, do Movimento ao Socialismo (MAS), o partido do presidente eleito da Bolívia, Evo Morales. Segundo ele, setores empresariais e as grandes empresas estão decididos a participar "desse processo de mudança".

Nesse ponto, governo e oposição concordam. "Se conseguir a estabilidade econômica, penso que o país pode ter um bom ano. A pergunta é como serão as posições de Morales com os movimentos sociais. Sabemos que governar é diferente de protestar", argumentou o senador da oposição, Oscar Ortiz, do Poder Democrático Social (Podemos), uma das legendas oposicionistas.

"O povo boliviano acreditou nas promessas", disse o deputado Pablo Banegas, também do Podemos. "Vamos fazer com que o presidente eleito trate de cumpri-las. Há coisas difíceis como, por exemplo, um salário mínimo de quase US$ 200". Hoje o salário mínimo é de 400 pesos bolivianos.

"O que está incerto é quem vai governar. O Morales radical que é conhecido ou um Morales com posições mais moderadas, que vimos no final da campanha e como se comporta internacionalmente. O desafio não está na oposição", pontuou Oscar Ortiz.

Na Câmara, do total de 130 deputados, 72 são do MAS. O Podemos tem 43 deputados. Mesmo que se una aos outros dois partidos que fazem oposição ao MAS, o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) e o Unidade Nacional (UN), o Podemos não conseguirá alcançar a bancada governista. O MNR ocupa sete vagas na Câmara, e o UN, oito. No Senado, o MAS tem 12 parlamentares, um a menos que o Podemos.O MNR e o UN têm apenas um senador cada.

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