Grande Curitiba

Vereadores “tretam” após maioria vetar Lei que criaria semana contra o feminicidio

Divulgação / Câmara dos Vereadores

A votação de um Projeto de Lei que poderia implementar a Semana de Conscientização Contra o Feminicídio em Almirante Tamandaré, com o nobre objetivo de diminuir os índices de violência contra as mulheres, se transformou em bate-boca político. O estopim foi a recusa da maioria dos vereadores em aprovar o projeto proposto pelo vereador Polaco (Valtemir Honório dos Santos, do PROS). A votação foi 9 x 6 contra o projeto.

Inconformado com a postura dos companheiros, Polaco foi ao seu perfil no Facebook e desabafou, dizendo que Almirante Tamandaré estava triste com a postura dos vereadores, inclusive da vereadora Dete Pavoni (PHS), única vereadora mulher do município.

O vereador acusa seus opositores de derrubarem o projeto com o único objetivo de lhe prejudicar, mas o outro lado devolve a acusação e sobe ainda mais o tom das críticas. Ferrugem (PSL), apontado por Polaco como seu desafeto, afirmou que o companheiro de Câmara é egoísta e oportunista, e que tentou usar a exposição que os crimes contra as mulheres ganharam nos últimos dias para aparecer.

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“Ele não tem amizade com ninguém nesta casa e não teve humildade de vir conversar com a gente. Ele escutou que estávamos trabalhando neste projeto faz alguns dias, botou a carroça na frente dos burros e atropelou as coisas”, reclamou Ferrugem. Os vereadores que votaram contrários à proposta de Polaco afirmam que como já existia este outro projeto em andamento, não deveriam votar na proposta desta semana.

Segundo Ferrugem, um outro projeto, desta vez feito com apoio de outros nove vereadores, será apresentado. “Este não é um projeto copiado, como fez o Polaco que pegou um texto pronto e só pôs o nome dele. Trabalhamos em conjunto por um tema tão importante”, disse o vereador, que completou. “Você acha que alguém em sã consciência ia votar contra um projeto tão importante assim?”.

Polaco não acredita na versão dos companheiros. “Ele (Ferrugem) fez uma articulação suja. Para mim foi uma armação. Eu sai da sessão e fiz um manifesto de repúdio, me senti mal, sai derrotado. É uma vergonha, uma mancha para esta casa de leis e para a população como um todo”. Uma das justificativas dadas por quem votou contra era a existência deste outro projeto sendo trabalhado, mas Polaco bateu o pé.

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Ele solicitou ao presidente da casa, João Marcelo Bini (SD), esclarecimentos sobre outro projeto em andamento. O representante da Câmara emitiu um documento confirmando que não havia nenhum projeto tramitando, mas reconheceu que a ideia vinha sendo debatida pelos outros vereadores, confirmando a história de Ferrugem.

E a população?

João Marcelo Bini culpou a politicagem pela briga. “Foi um desencontro de informações e briga política”, afirmou. Em março, a vereadora Dete Pavoni fez uma indicação semelhante ao projeto que será apresentado, mas a discussão não avançou pelos tramites burocráticos da casa.

“Os vereadores acharam que o projeto tava incompleto, por isso votaram contra. Ninguém é contra a indicação da semana de conscientização, tanto que na semana que vem vamos votar este projeto. Na terça-feira (28) provavelmente”, completou.

A semana de conscientização proposta por Polaco aconteceria em março, de 1 a 8 (Dia Internacional da Mulher). O novo projeto ainda não tem época definida. Ambos pretendem ajudar a mudar a cultura de violência existente contra as mulheres, com atendimentos médicos, jurídicos e de serviços.

A reportagem procurou a vereadora Dete Pavoni, mas ela não foi localizada.

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