Série especial da Tribuna

Moradores de rua, tráfico de drogas e furtos: O Jardim Botânico “escondido” atrás da estufa

Foto: Albari Rosa / arquivo Gazeta do Povo.

O bairro que abraça o cartão-postal mais famoso de Curitiba nem sempre carregou o nome Jardim Botânico. Ele foi dado a região por uma votação popular, num plebiscito realizado em 1992. O antigo bairro Capanema, nome em homenagem a um antigo proprietário de terras da região, é realmente muito bonito, mas seus moradores sofrem com a violência.

Assim como em todos os bairros, a região tem seus problemas urbanos. Quem sabe muito bem cada um deles é a presidente do Conseg Jardim Botânico, a empresária Elisa Tonet, de 44 anos. Há um ano e seis meses no conselho, Elisa revela as ‘pedras no sapato’ da região: o excesso de pessoas em situação de rua, tráfico de drogas e furtos de metais. Também há problemas de zoonose, devido aos restos de alimentos servidos nas calçadas do bairro.

Para entender o contexto dos apontamentos da presidente, é preciso levar em conta alguns dados levantados em 2017 pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). Mais de 6,2 mil pessoas vivem na região. Até 2017, eram 2.750 residências construídas.

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O Jardim Botânico faz divisa com o Cristo Rei, Centro, Capão da Imbuia, Cajuru, Jardim das Américas e Prado Velho. Em algumas dessas áreas se concentra parte da população carente do serviço social da capital.

Apesar dos problemas, o destaque acaba sendo o espetáculo da vista do Jardim Botânico, tanto de longe, com a sua iluminação, quanto de perto. Outros pontos importantes no bairro são o Campus da Universidade Federal do Paraná, os hospitais Marcelino Champagnat, Cajuru e Erasto Gaertner, e ainda faz divisa com o campus central da PUC-PR.

Há também um fluxo intenso de pessoas na região. Não só moradores, mas de quem vem de outras cidades. A Rodoferroviária de Curitiba fica no bairro, o que contribui para esse fluxo. O bairro também é cortado pela BR-277, que leva ao Litoral, e também pela Linha Verde (BR-476). Nem sempre quem chega vem pelo turismo, mas por condições de vida não muito favoráveis. “Sabemos de todas essas características. No entanto, nós temos propostas para resolver esses problemas, como policiamento contínuo, a retirada de metade dos equipamentos da Fundação de Ação Social (FAS) do Jardim Botânico, abertura de oficinas profissionalizantes para dignificar as pessoas que tem tempo ocioso nas nossas ruas”, aponta Elisa Tonet.

Elisa Tonet, presidente do Conseg Jardim Botânico. Foto: arquivo pessoal.

Ainda conforme a presidente, há também um pedido para as ONGs se organizarem para que a distribuição de refeições aos moradores de rua aconteça em mesas, juntamente com a FAS. “Não nas calçadas. Se tratarmos as pessoas como selvagens, como poderemos esperar uma atitude diferente?”, defende.

Moradores inseguros com a violência

Elisa não mencionou, mas o mesmo levantamento do IPPUC de 2017 revela que a sensação de segurança nas paradas de ônibus é baixa. A pesquisa apontou que 30% acha a segurança péssima, 51% acham apenas ruim, 13% regular e só 6% acham a sensação de segurança boa.

Já dentro dos ônibus os números crescem para os lados do ruim e do regular. De acordo com os dados do Ippuc, 20% acham a sensação de segurança nos ônibus muito ruim, 53% ruim, 19% regular e 9% boa.

Onde achar o Conseg Jardim Botânico?

Se você mora nos arredores do bairro Jardim Botânico e quer participar das reuniões do Conseg, entre em contato com a presidente Elisa Tonet elistnt@gmail.com, ou pelo telefone (41) 3044-2559.

Nas próximas reportagens, você vai saber mais detalhes sobre os problemas de cada região e como os presidentes dos conselhos estão trabalhando para revolver cada um deles. Fique de olho aqui na Tribuna!

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