Oficina do Brigadeiro

Oficina de curitibano ‘conserta’ pessoas e conquista prêmio de empreendedorismo

oficina do brigadeiro
Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Há quase um ano, o funcionário público Clayton Johnson Norberto transformou a dor da depressão em incentivo para empreender. Criador da Oficina do Brigadeiro, Clayton tem uma renda extra vendendo o docinho, mas o que ele entrega mesmo é afeto e gentilezas por Curitiba.

Clayton é um dos seis vencedores da etapa regional do Prêmio Academia Assaí. Ele se inscreveu no concurso e garantiu uma vaga na categoria de vendedor ambulante para conquistar o prêmio nacional. Só de ir para a etapa regional, a Oficina do Brigadeiro garantiu R$ 2.300 em dinheiro, R$ 500 em vales-compras no Assaí Atacadista e uma semana de capacitação.

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Agora, sendo vencedor, Clayton recebeu mais R$ 2 mil, um celular e uma viagem para São Paulo para uma imersão sobre negócios, no qual ele poderá concorrer ainda ao prêmio adicional de R$ 10 mil, se vencer a etapa nacional.

Feliz com a conquista, Clayton está mais confiante no seu negócio. “O prêmio me deu mais firmeza. A gente tem que observar que às vezes não se acha tão bem no que faz. Quando te dizem ‘você é uma inspiração’, a gente começa a acreditar. Eu fico até de madrugada vendendo docinhos, acho que não estou fazendo o suficiente, mas estou sendo inspiração”, reconhece.

Como surgiu a Oficina do Brigadeiro?

Clayton teve depressão profunda. Esteve muito mal e pensou e desistir de tudo. “Algumas pessoas me abraçaram, pediam para contar com elas. Em Foz do Iguaçu, onde morava, estudava Letras e acabei não aguentando a pressão dos estudos e trabalho. Retornei para Curitiba, fiquei um tempo internado e comecei a buscar mais de mim. Eu me questionava, como posso gostar das pessoas e não gostar de mim? Desde então eu procuro buscar isso”.

Durante todo o processo de tratamento da depressão, Clayton conheceu o trabalho brasileiro que vive em Portugal, Caio Gianetti. Ele vende brigadeiros e espalha afeto por onde passa. “Eu vi o trabalho do Caio e pensei em implementar a mesma ideia. Falei com ele e ele autorizou. Fiz um figurino de mecânico e arranjei um capacete de obras”, conta.

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Foto: Átila Alberti / Oficina do Brigadeiro.

Como Clayton já trabalhou como palhaço voluntário em hospitais, alegrando o dia dos pacientes internados, tirar o sorriso do rosto das pessoas não seria complicado. “Eu sempre me senti bem quando o motivo do sorriso das pessoas era eu”.

A ideia de vender brigadeiros, além da inspiração vinda de Caio, surgiu também durante um sonho. Um dia, Clayton sonhou com uma árvore de cacau. “Lembrei que aos 12 anos fiz um curso de Ovo de Páscoa. Aí eu vi o vídeo do Caio com os brigadeiros e fui unindo as coisas. Entendi que era uma mensagem. Eu não sabia fazer brigadeiro, então sai testando receitas. A primeira delas ficou tão duro que poderia matar alguém se jogasse na cabeça de um”, brinca.

Depois de alguns testes, Clayton boleou os doces e saiu vendendo. “Deu tão certo que eu só tenho a agradecer. As pessoas, aos poucos, vinham pedindo sabores diferentes, e aí comecei a fazer”, recorda. Atualmente, Clayton faz mais de 600 docinhos por semana. Vende os brigadeiros aos sábados e domingos, em diferentes bairros de Curitiba, sem ponto fixo.

Cada caixa, com quatro unidades, é vendida a R$ 12. A opção com oito brigadeiros sai por R$ 20. Todo o trabalho da confecção das massas é feito durante a semana, de madrugada, já que Clayton trabalha das 13 às 22h45 de segunda a sexta. Logo de manhã a partir das 6h30, aos finais de semana, ele finaliza os docinhos e sai para vender.

“Eu conserto o dia das pessoas”

Com o novo empreendimento, que agora é premiado, Clayton está super satisfeito. “Eu me tornei uma pessoa melhor. Acho interessante que agora eu consigo inspirar as pessoas, é surreal. Eu acredito que viemos para esse mundo com um propósito. Eu tinha que aprender a gostar mais de mim. Quando eu entendi isso, coisas positivas começaram a acontecer na minha vida. É algo muito além da minha percepção”, confessa.

No Instagram, a conta @consertandoseudia, da Oficina do Brigadeiro, conta com 2 mil seguidores. Para garantir mais engajamento, Clayton criou uma promoção interativa. “Eu inventei uma forma de engajar meus seguidores. Faço a pergunta, ‘qual sabor vou fazer no dia?’, quem acertar leva a caixinha com os brigadeiros.

Com o tempo, a venda dos brigadeiros tem melhorado. Para conseguir investir mais no próprio negócio, Clayton teve a ideia de vender espaços publicitários no próprio macacão. A mãe e a irmã começaram a ajudar na confecção dos docinhos, e agora com a imersão do Assaí, a Oficina do Brigadeiro pretende crescer ainda mais.

“Eu costumo dizer, se a gente sonha, a gente pode fazer. Era a oportunidade que faltava para mim. Gentileza gera gentileza. Eu já me sinto um vencedor”, comemora.

Sobre o Prêmio Academia Assaí

O Prêmio Academia Assaí é voltado exclusivamente para comerciantes, ambulantes e micro e pequenos empreendedores do ramo alimentício, de qualquer região do Brasil.

Na etapa regional, 30 finalistas da região Sul apresentaram em um minuto seu negócio, dizendo o porquê seu cliente deve comprar seu produto, ou contratar seu serviço. Desta etapa, saíram seis vencedores.

Cada participante conquistou R$ 2.300 em dinheiro, R$ 500 em vales-compras do Assaí Atacadista e uma semana de capacitação. Agora, sendo vencedores da etapa regional, eles recebem mais R$ 2 mil, um celular e uma viagem para São Paulo para uma imersão sobre negócios, na qual eles poderão receber ainda um prêmio adicional de até R$ 10 mil, que é do vencedor nacional por categoria.

O Prêmio Academia Assaí é uma iniciativa do Instituto Assaí, responsável pelo investimento social do Assaí Atacadista, para apoiar um dos principais motores da economia brasileira: os pequenos e micro empreendedores pelo país.

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