Tecnologia

Fuja dos golpes do Pix: lista completa das armadilhas e como se proteger!

PIX
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Método de pagamento rápido e prático, o Pix facilitou a rotina de muitas pessoas, mas é sempre preciso estar atento para não cair em golpes envolvendo esse tipo de transferência. Em entrevista para a Tribuna, o especialista em segurança Fernando Brafman comenta quais são os principais golpes que existem e como os usuários podem se proteger.

Brafman reforça que o Pix é uma ferramenta extremamente segura, em termos de operação e tecnologia. “Os recursos de segurança que são utilizados são muito eficientes. Ele tem as mesmas regras de segurança de uma TED ou de um DOC. Tecnologicamente falando, ele é muito eficaz e funciona muito bem. O que acontece é que como qualquer coisa ligada a tecnologia, algumas pessoas má intencionadas acabam se aproveitando disso e usam para cometer crimes. Por isso ouvimos tanto em golpes do Pix”.

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As fraudes acontecem justamente porque muitos criminosos se aproveitam da desatenção dos usuários, que na correria do dia a dia não percebem que alguma coisa está errada. “Os crimes com Pix não são golpes tecnológicos no sentido de hackear a conta, não exige conhecimento técnico, existe a malandragem. Então o Pix como ferramenta é muita seguro”.

Para reforçar a segurança, o especialista detalha seis golpes e situações que podem trazer problemas. Confira:

Clonagem do WhatsApp

De acordo com Brafman, esse é o golpe mais comum que já existia antes do Pix, mas que agora passou a ser feito em conjunto. Nessa situação, alguém fingindo ser do banco ou de uma empresa liga para o usuário e pede que ele informe um código que vai receber por mensagem.

Ao passar esses dígitos, o criminoso consegue clonar o WhatsApp e acessar a lista de contatos da vítima, o que permite que ele envie mensagens para conhecidos pedindo dinheiro. “Geralmente eles pedem valores que a maior parte das pessoas conseguem disponibilizar e não questionam. Ai você faz a transferência para a conta de um laranja e ele saca o dinheiro”, diz o especialista.

Para evitar esse tipo de clonagem, o profissional indica habilitar a configuração de verificação em duas etapas. Além disso, outra dica é desconfiar: “Recebeu a mensagem de alguém pedindo dinheiro, ligue para essa pessoa”.

Golpe do Pix errado

A vítima recebe um telefonema do golpista dizendo que ele fez um Pix errado e pedindo para que o usuário devolva o valor. O especialista em segurança explica que quando a vítima entra na conta esse suposto Pix aparece no extrato, o que a faz acreditar que de fato se trata de um engano.

“Você vai lá e coloca para devolver o Pix. Só que depois você vai perceber que ele fez o Pix agendado. Ele agenda para fazer (a transação) em determinado horário e dia e depois suspende”.

Bug do Pix

Segundo Brafman, essa é uma situação que geralmente acontece nas redes sociais. Os golpistas divulgam uma postagem relatando que um banco está com problema e que por conta desse bug, a instituição está pagando mais dinheiro para quem fizer uma transferência.

Para isso, eles divulgam uma chave Pix para que as vítimas enviem o dinheiro na esperança de receber um valor dobrado.

Restaurantes e bares com QR Code errado

O especialista comenta que em alguns bares e restaurantes é comum encontrar um QR Code destinado para os clientes que desejam pagar a conta por Pix. Inclusive, muitas vezes o código está no cardápio.

“O que alguns criminosos têm feito é criar o próprio QR Code e colocar uma etiqueta (do código falso) em cima (da etiqueta) do restaurante”.

Para não cair nessa fraude, o profissional orienta a sempre conferir quem é o destinatário. “Se você vai em um restaurante, provavelmente a conta está no nome de uma pessoa jurídica e tem alguma coisa com alimentação. Se for uma pessoa física, vale a pena chamar um gerente ou um garçom para ver se está correto”.

Golpe de páginas falsas

A vítima recebe por WhatsApp, por exemplo, uma mensagem com o link de um site informando que existe algum problema. Ao clicar, o usuário é direcionado para um site que se parece com o original, o que faz com que ele acredite que está efetuando o pagamento para uma instituição, mas na verdade é para o golpista. “Geralmente usam a chave aleatória para isso”, comenta Brafman.

Foi uma situação parecida com essa que aconteceu com a jornalista Ledinara Batista, que perdeu R$ 53,82 depois de cair em um golpe no dia 26 de setembro. Ela conta que estava nas redes sociais e viu um anúncio no Instagram da venda de um doce argentino que chegou recentemente ao Brasil.

Ela entrou na conta achando que se tratava do perfil oficial da marca. Entretanto, mais tarde descobriu que era uma conta falsa e a única diferença entre os nomes estava em um “_” no fim do user. “Era um patrocinado dizendo que (o produto) estava em promoção. Aí eu pensei em comprar pelo site”.

Ledinara entrou no site que estava indicado no perfil falso. Viu que o doce estava em promoção e que o frete era gratuito para todo o país. Contente com o achado, a vítima colocou o endereço e verificou que o produto chegaria em cinco dias úteis. Por todos esses motivos, ela fez a compra e pagou por Pix.

A jornalista relembra que chegou a receber um e-mail confirmando o pedido. Três dias depois de fazer a compra, uma amiga dela enviou uma postagem do perfil oficial da marca alertando sobre o golpe.

“O que me deixou mais indignada é que o perfil fake era mais ativo que o perfil oficial da marca. O fake tinha vídeos de famosos abrindo, as pessoas marcavam e eles repostavam. Eles pegavam posts do oficial e postavam como se fosse deles. Era muito bem feito”, relata.

Sem receber o produto, Ledinara também perdeu o dinheiro. “Na hora que você vê um perfil super ativo, você não imagina que é um golpe”, lamenta.

Pix para pessoas desconhecidas

Outra situação que não se trata necessariamente de um golpe, mas que pode trazer alguns riscos, é fazer Pix para pessoas desconhecidas. O especialista no assunto explica que mesmo que a pessoa não tenha o seu CPF completo, ela vai ter o seu nome inteiro, o que já pode ser uma porta de entrada para criminosos agirem.

Brafman cita como exemplo o caso de uma jovem conhecida dele, que sofreu uma ameaça após fazer um Pix para um guardador de carro.

“Ela estava indo embora e foi abordada por ele. Ela não tinha dinheiro na hora e ele deu um papel para ela fazer um Pix depois. Chegando em casa, ela fez um Pix de R$ 5. No dia seguinte recebeu uma mensagem no Instagram do homem dizendo que R$ 5 era muito pouco. Ele pediu um Pix de R$ 50 e disse ela se arrependeria se não fizesse”, conta o especialista.

Ele revela que essa situação aconteceu porque “no Pix ele tinha o nome dela, que não era um nome comum. Ele entrou no Instagram, fez a busca e mandou uma mensagem privada para ela dizendo que ou ela pagava ou iria se arrepender. Ele viu fotos, viu dados dela e a ameaçou”.

Portanto, o profissional sugere sempre carregar um pouco de dinheiro para resolver situações menores do dia a dia. “O ideal é que você use o Pix para transações onde sabe quem é a pessoa do outro lado e ela também pode saber quem você é”.

Ele também reforça que nem todas as pessoas desconhecidas que recebem um Pix possuem más intenções, mas é sempre importante estar alerta para os riscos nesses casos.

Dicas para não cair no golpe do Pix

Para não cair em nenhum golpe relacionado ao Pix e para manter a segurança dos próprios dados, o especialista dá mais algumas dicas. Veja:

  • Não use o CPF como chave, pois esse é um dado que permite o acesso a várias outras informações. “O e-mail aumenta a chance de receber spam, mas não é nenhuma informação sigilosa. Outra opção é o número do celular, E a última é a chave aleatória, que troca toda vez. Essa é a mais fácil de utilizar se você quer privacidade”.
  • Opte por chaves diferentes. Brafman afirma que pessoas físicas podem ter até cinco chaves e pessoas jurídicas podem criar até 20.
  • Defina um limite para o Pix. Essa solicitação pode ser feita no aplicativo do banco e demora cerca de 24 horas para ser confirmada.
  • Tenha muito cuidado com o que publica nas redes sociais. “Quase todos os golpes no mundo virtual usam uma técnica chamada engenharia social. Se chama assim porque (o golpista) vai aos poucos construindo informações sobre você. Ele vai montando um manual. Quando escolhe uma vítima, geralmente o golpista já tem algumas informações”.

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