Calor, chuva e água parada!

Fenômeno climático “turbinou” proliferação da dengue até mesmo nas cidades mais frias do Brasil

Impulsionado pelo El Niño, Aedes aegypti tem aumentado presença nas regiões subtropicais. Foto: Cesar Brustolin/SMCS

O atual surto da dengue nas Américas tem demonstrado a grande capacidade de proliferação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, não apenas nas regiões tropicais, como também nas subtropicais e nas tradicionalmente mais frias do globo. Esse fenômeno, dizem os especialistas, é fortemente impulsionado pelo evento climático do El Niño, que marcou o ano de 2023 e persiste neste início de 2024, trazendo altas temperaturas e chuvas abundantes.

“Calor e chuva são as condições propícias para a proliferação do mosquito”, afirma a bióloga do Programa Municipal de Controle do Aedes, Tatiana Robaina. “E o El Niño traz todas essas condições”, completa.

Com o fenômeno climático, regiões que registravam pouco ou nenhum caso de dengue têm visto os números crescerem, contribuindo com a escalada da doença em todo o mundo. Locais anteriormente livres de dengue, como França, Itália e Espanha, reportaram, em 2023, casos de infecções originadas no país, a chamada transmissão autóctone.

A expansão da dengue não aconteceu apenas para novos países. Regiões dentro de um mesmo país e que antes não eram tão acometidas começaram a sofrer com a doença.

“Com as mudanças climáticas, há maior proliferação do mosquito e uma expansão da área de acometimento por dengue. O Sul do Brasil, que é subtropical, praticamente não tinha dengue, agora é uma das mais acometidas”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira. “Santa Catarina, que não costumava sofrer com a dengue, está em situação de emergência e o Rio Grande do Sul está vendo os números subirem rapidamente”, analisa. 

No Brasil, já são 1,3 milhão de casos prováveis de dengue em 2024. Ao todo, 235 municípios brasileiros e nove unidades da federação declararam emergência em saúde pública por conta da dengue (Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amapá e São Paulo). 

Risco de epidemia!

De acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), dos 399 municípios paranaenses, 37 estão na situação de risco de epidemia, 198 em alerta e 96 em situação satisfatória para o IIP (Índice de Infestação Predial), como é o caso de Curitiba – município que, mesmo com IIP baixo, tem registrado aumento de casos de dengue em 2024.

“Há muitos municípios em situação de epidemia no país. Com o fluxo constante de pessoas, acabamos registrando mais casos importados. E essas pessoas que voltam com casos importados, ao encontrar o mosquito transmissor da dengue aqui, contribuem para o início da cadeia de transmissão da doença localmente, aumentando o número de casos autóctones”, explica Oliveira. Isto porque se o mosquito pica alguém com dengue ficará contaminado com o vírus e transmitirá para outras pessoas.

Boletim mais recente

O Informe Semanal da Dengue divulgado na última terça-feira (5) pela Sesa registra o maior número de casos no Paraná em um boletim do atual período epidemiológico: 15.361 novos casos. O período sazonal 2023/2024, que teve início em julho do ano passado, soma 73.928 casos confirmados em todo o estado.

Os municípios que apresentam mais casos confirmados no estado do Paraná são Apucarana (10.402), Londrina (5.128) e Maringá (3.560).  Em Curitiba, foram registrados 184 novos casos. No total, a capital paranaense contabiliza 601 casos de dengue até o momento em 2024, sendo 482 importados (contaminação aconteceu fora do município) e 119 autóctones (transmissão local).

Situação da dengue em Curitiba?

“Os números da dengue em Curitiba são pequenos perto da situação do entorno, mas precisamos de especial atenção, pois estamos vivendo um momento climático propício para a proliferação do mosquito e espalhamento da doença”, alerta a secretária municipal da saúde de Curitiba, Beatriz Battistella.

A secretária lembra ainda que a vacina contra a dengue é um recurso valioso, mas ainda escasso no momento. Com poucas doses produzidas pelo laboratório, o Ministério da Saúde priorizou o envio do insumo para as regiões mais endêmicas. “E mesmo, no futuro, quando tivermos a vacina contra a dengue mais disponível, ainda assim a guerra contra o mosquito continuará, pois ele é transmissor de outras doenças, como zika e chikungunya”, diz.

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