Polêmica!

Deputado é investigado por falsa operação policial; Cargo da esposa é questionado

Foto: Arquivo/Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

O deputado estadual Tito Barichello (União) está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil do Paraná (PCPR) por participação em uma suposta operação policial falsa e sem o conhecimento das forças de segurança do Estado. Barichello é delegado da Polícia Civil, mas está licenciado do cargo para cumprir o mandato parlamentar.

Na última quinta-feira (21) um vídeo foi divulgado nas redes sociais mostrando o deputado com colete balístico e portando um fuzil. No vídeo, Barichello afirma estar trabalhando no “cumprimento de um mandando de prisão, especificamente relacionando a um grande advogado de Curitiba que foi vítima de uma tentativa de homicídio”. A esposa do deputado, a delegada licenciada Tathiana Guzella, aparece no vídeo usando outro colete balístico, com a marca da Polícia Civil do Paraná.

Em nota enviada à Gazeta do Povo, a Polícia Civil do Paraná confirmou que nem Tito Barichello nem Tathiana Guzella podem atuar em nome do órgão por estarem afastados das funções. “Nenhuma das ‘operações’ realizadas era de conhecimento ou possuía a anuência da Polícia Civil. Os fatos estão sendo analisados pela Corregedoria da PCPR para verificação da existência de irregularidades”, aponta a nota.

+Relembre! Os casos mais famosos investigados pelo casal de delegados Tito e Tathiana

Esposa do deputado segue na folha de pagamento do Estado do Paraná, mesmo licenciada do cargo de delegada

No Portal da Transparência do Governo do Paraná, Barichello aparece vinculado à Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp). Na listagem de remunerações, os ganhos do deputado estão zerados. O nome de Guzella está no mesmo portal vinculado a uma remuneração líquida de pouco mais de R$ 19 mil – o último salário foi o de fevereiro de 2024.

De acordo com a Corregedoria da PCPR, a esposa do deputado está lotada na secretaria do deputado federal Felipe Francischini (União), presidente estadual da legenda no Paraná. No Portal de Transparência da Câmara dos Deputados, o nome de Guzella aparece na folha de pagamento como secretária parlamentar desde maio de 2023, sem vinculação a um gabinete específico. Sua última remuneração na Câmara foi de R$ 7,2 mil, recebidos em fevereiro de 2024.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil e com a Sesp questionando se Tathiana Guzella segue recebendo salário na folha de pagamento do Governo do Paraná mesmo estando afastada do cargo de delegada e exercendo função gratificada na Câmara dos Deputados, em Brasília, mas não recebeu respostas. O espaço segue aberto para manifestações.

E aí, Felipe Francischini?

A Gazeta do Povo tentou contato com Felipe Francischini, mas não recebeu retorno.

Tito Barichello explica operação na Alep

Na sessão desta segunda-feira (25) na Assembleia Legislativa do Paraná, Barichello usou a tribuna para explicar o que chamou de “celeuma desnecessária”. O deputado disse que recebeu uma ligação de seu líder religioso informando que uma pessoa de sua igreja estaria sofrendo ameaças de morte.

“Conversei com ele, o advogado [a suposta vítima a quem ele se referiu no vídeo], que disse que advogava para uma advogada e que os dois estariam sendo ameaçados de morte, inclusive com um plano, a contratação de um sicário, e que esse criminoso tinha contra si um decreto prisional”, detalhou.

O deputado disse que tomou a atitude de ir atrás do suposto criminoso “para evitar um mal maior”. “Fomos até a residência do criminoso. Fui com meu veículo, armamento próprio, colete balístico próprio. O irmão dele informou que ele não estava lá e fomos embora. Não invadimos a residência, não praticamos nenhum ato exclusivo de polícia judiciária ou de polícia extensiva”, justificou.

Deputados de oposição afirmaram que vão investigar o caso

A atitude de Barichello foi alvo de críticas da bancada da oposição na Alep. O bloco PT-PDT divulgou uma nota na qual os deputados afirmam que “irão adotar todas as medidas cabíveis, em âmbito administrativo e judicial, visando uma investigação completa e a devida responsabilização dos envolvidos”.

Renato Freitas (PT) lembrou que Barichello, licenciado do cargo, usou uma arma de calibre restrito durante a operação. “É um fuzil, que é de CAC. Isso demonstra a figura abominável dos CACs que se escondem atrás da autorização do tiro ao alvo, mas na primeira oportunidade pegam essas mesmas armas para fazer uso ostensivo”, afirmou.

Deputada do PT chamou Tito Barichello de “Batman das Araucárias”
Mas as declarações mais contundentes contra Barichello vieram da deputada Ana Júlia (PT). Em seu discurso, a petista chegou a chamá-lo de “Batman das Araucárias” ao dizer que o deputado não estaria respeitando a separação entre os poderes no Estado do Paraná.

“É trágico que nós tenhamos que explicar a deputados qual é o papel do Poder Legislativo. A partir do momento em que ele foi eleito, abriu mão de sua função enquanto delegado, por livre e espontânea vontade. A função do Legislativo é legislar, e não se fantasiar, fazer teatro e ir com carro alegórico na casa das pessoas andando com fuzil no meio da rua, que inclusive foge do seu porte”, disparou.

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