No Centro

“Depredação é o que o Estado faz com as escolas”, dizem estudantes em protesto

“Nenhum direito a menos”. Foi com essa e algumas outras frases, que estudantes da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES) começaram a manhã desta quinta-feira (3). Em protesto, os jovens bloquearam as principais ruas da região central de Curitiba. Entre outras frases, “Depredação é o que o Estado faz com as escolas” também destacava os cartazes dos estudantes.

Os jovens protestam, mais uma vez, contra o governo. No começo da semana, os estudantes ocuparam o segundo e o terceiro andares do prédio da Paraná Previdência, que também abriga o Núcleo Regional de Educação.

Os alunos saíram da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e caminharam nos arredores da Praça Santos Andrade. O motivo da manifestação é o posicionamento contrário a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que visa limitar gastos públicos, e a Medida Provisória (MP) 746/2016, que propõe a reforma do ensino médio.

Ocupação do núcleo

As manifestações em Curitiba começaram no dia 3 de outubro. Incentivados pelo movimento Ocupa Paraná, os estudantes chegaram a ocupar mais de 800 escolas em todo o Paraná. Depois de quase um mês, os estudantes começaram a sair das escolas ocupadas e tomaram conta do Núcleo Regional de Educação de Curitiba (NRE), no bairro São Francisco.

Um dia depois, a Justiça determinou a reintegração de posse do NRE. Os alunos deixaram o prédio pacificamente, sem tumultos, e foram escoltados por policiais militares. Os ocupados saíram cantando e de braços dados.

Enem em risco

Por causa das ocupações, mais de 190 mil inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 em todo o Brasil não vão fazer as provas marcadas em 5 e 6 de novembro. A prova foi remarcada para os dias 3 e 4 de dezembro. O Ministério Público do Ceará até entrou com um pedido de suspensão do exame.

No total, de acordo com o Inep, há 304 locais ocupados hoje em todo país e 74 somente no Paraná, onde 41.168 estudantes vão fazer a prova. Os novos locais do grupo que fará o Enem somente nesta “segunda chamada” ainda não estão definidos.