OCUPAÇÕES

No PR, ocupações deixam 41 mil alunos para “segunda chamada” do Enem

Foto: Henry Milleo

Mais de 190 mil inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 em todo o Brasil não farão as provas marcadas em 5 e 6 de novembro. Por estarem inscritos em locais onde há protesto de estudantes, eles farão a prova apenas nos dias 3 e 4 de dezembro. O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira (1.º) pela presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Maria Inês Fini.

No total, de acordo com o Inep, há 304 locais ocupados hoje em todo país; 74 somente no Paraná. Assim, 191.494 inscritos no total foram afetados pelas ocupações; 41.168 somente no Paraná.

Os estudantes que farão a prova em dezembro receberão ainda nesta terça um SMS do Inep. Os novos locais do grupo que fará o Enem somente nesta “segunda chamada” ainda não estão definidos. A prova aplicada em dezembro terá o mesmo modelo e nível de dificuldade do Enem deste fim de semana, segundo o Inep, mas com questões diferentes.

O órgão explicou que mesmo que as escolas sejam desocupadas, já não haverá tempo hábil para que esses 41 mil alunos façam o exame no próximo fim de semana. Se um novo colégio vier a ser tomado por estudantes daqui até a data original do Enem, esses alunos também terão de fazer as provas em dezembro.

“O Inep lamenta profundamente a ansiedade que esses jovens manterão esperando mais um período para realizar a prova”, disse a presidente da autarquia, Maria Inês Fini, em entrevista coletiva. Segundo ela, os estudantes que fazem parte das ocupações têm direito a se manifestar, mas também é preciso garantir o direito de ir e vir e de ter aulas dos demais estudantes.

A lista das escolas em que haverá o adiamento do Enem 2016 estará disponível ainda hoje, a partir das 18h, no site do MEC (www.mec.gov.br) e Inep (www.inep.gov.br).

Custos

Em relação ao custo da mudança, o MEC, que havia cogitado repassar o gasto do adiamento aos responsáveis pelas ocupações, voltou atrás e informou que o governo federal deverá arcar com a alteração. O Enem custa para o governo R$ 90 para os estudantes isentos de taxa de inscrição e R$ 72 para aqueles que pagaram. O custo de cada prova adiada deverá ser de cerca de 70% desse total, uma vez que neste final de semana o MEC deixará de gastar com fiscais de prova e outras despesas.