Convocados para explicar uso de dinheiro público para financiar MST não vão ao Senado

Os cinco convocados para depor hoje na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra não compareceram ao Senado para esclarecer as acusações de uso de dinheiro público para financiamento de atividades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra.

Para investigar as denúncias, a CPMI aprovou, em abril deste ano, a quebra dos sigilos bancário e fiscal do secretário-executivo da Associação de Cooperação Agrícola (Anca), José Trevisol; do presidente da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab), Francisco Dal Chiavon; e de três ex-funcionários das duas entidades, Emerson Rodrigues da Silva, Edmilson José de Pinho e Orlando Vieira de Araújo.

As duas entidades entraram com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a transparência de documentos do Banco Central e da Receita Federal, mas a ação ainda não foi julgada. Em 2004, os sigilos da Anca também foram quebrados, mas, a pedido do Partido dos Trabalhadores (PT), o STF concedeu liminar anulando a medida.

Para justificar a ausência no Senado, as duas cooperativas enviaram um documento à CPMI. Segundo a Concrab, a entidade "só recebeu a convocação ontem", o que impossibilitou a presença do presidente na CPMI. Já a Anca alegou que Trevisol foi afastado do caso, "não tendo mais vínculo com a entidade, e seu substituto não poderia estar presente na data marcada pela comissão".

O deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) afirmou, após a leitura das justificativas, que a ausência dos convocados não passa de um pretexto e de manobra para não comparecer ao Senado e prestar esclarecimentos. "Para mim, está claro que eles estão fugindo do depoimento nesta Casa."

Já o presidente da CPMI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), disse que, "mesmo não acreditando nas alegações apresentadas", vai convocá-los novamente para depor na comissão. "Mas, se essa atitude se repetir, vamos tomar outras providências. Vamos entrar com uma ação na Justiça, e eles terão de vir, sob ordem judicial ao Senado." A nova convocação foi marcada para o dia 1º de junho, às 13h30.

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