Consumo alto e chuvas fracas elevam preço de energia no atacado

Os preços de referência no mercado atacadista de energia elétrica subiram para R$ 85,64 por megawatt/hora (MW/h) nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul, com alta de 36,54% em relação à semana passada. No Nordeste, a alta foi de 19,72%, com o MW/h subindo para R$ 45,04, na média, e na região Norte houve um salto de 166,19%, com a cotação atingindo R$ 45,04. Com isso, o Brasil passou a ter apenas dois preços nos quatro submercados: os do Sul e Sudeste/Centro-Oeste são iguais, o mesmo ocorrendo entre os preços do Nordeste e Norte.

Com a alta desta semana, os preços de energia já acumulam variação de 406% este ano no Sudeste/Centro-Oeste e Sul e de 166% no Nordeste e no Norte. Os preços no mercado atacadista servem como referência para as operações entre as geradoras e os grandes consumidores, inclusive as distribuidoras

A alta reflete dois movimentos simultâneos: as baixas chuvas no Sudeste nas duas últimas semanas e o aumento do consumo em ritmo superior ao previsto pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no seu Plano Mensal de Operação (PMO). Segundo o ONS, as chuvas neste mês de fevereiro na bacia do Rio Grande, na divisa de Minas Gerais e São Paulo e onde estão os maiores reservatórios do sistema brasileiro, estão 44% abaixo da média histórica. Na bacia do Paranaíba, as chuvas estão 27% abaixo da média histórica, o mesmo ocorrendo no Paraná. As bacias dos rios Tietê e Paranapanema registraram chuvas equivalentes apenas à metade da média histórica nos 10 primeiros dias do mês.

Com o forte calor, o consumo de energia elétrica está acima das previsões nos quatro submercados. No Sudeste/Centro-Oeste, por exemplo, o consumo está 4,23% acima da previsão do ONS. No Sul, o consumo está 6,26% acima e, no Nordeste, apenas 1,09%.

Pelos dados do ONS, a situação dos grandes reservatórios ainda é confortável, mas em nível inferior ao observado em todo o ano passado e no início de janeiro. Os reservatórios do Sul estão com 67,93% da capacidade de armazenamento, com 47,57 pontos porcentuais de folga acima da curva de aversão ao risco. No caso do Sudeste/Centro-Oeste, os reservatórios estão em 71 91% da capacidade máxima, com folga de 38,62 pontos acima da curva de aversão ao risco. No Nordeste, os reservatórios estão em 77,11%, com 42,15 pontos de folga sobre a curva de risco.

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