Ciro diz que é hora de passar à ação no projeto de integração do São Francisco

Para o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, é hora de encerrar a discussão sobre o projeto de integração do São Francisco às bacias do Nordeste setentrional. Ciro disse, nesta sexta-feira, que é preciso partir para a execução do projeto. "Nós temos pressa e eu acho que chegou a hora de encerrarmos a discussão e passarmos à execução", afirmou, durante seminário para discutir a proposta de integração do Rio São Francisco.

O seminário é o último realizado pelo governo federal para apresentar o projeto e ouvir a opinião da sociedade civil e dos governos estaduais do Nordeste. Ciro afirmou que, mesmo com o encerramento da discussão, ainda há espaço para a apresentação de críticas e sugestões. "A orientação do presidente Lula é basicamente a de trabalharmos um projeto que não se pretenda dono da verdade em nenhum dos seus ângulos", disse.

Para o ministro, o maior inimigo do projeto é "a desinformação e o preconceito". Como exemplo da disposição em manter aberto o diálogo com a sociedade, o ministro afirmou que participará na próxima segunda-feira de um debate sobre o tema promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner, reconheceu que dificilmente o governo conseguirá consenso sobre o projeto. "O consenso nem sempre é possível, é possível uma aproximação. A riqueza do pensamento é essa mesmo, nós podemos ter pluralidade. E o governo ouvindo a sociedade, com a sociedade faz escolhas", afirmou.

O debate sobre a integração do São Francisco foi retomado após greve de fome feita pelo bispo Luís Flávio Cappio contra a iniciativa do governo, entre setembro e outubro, sob a alegação de que não tinha havido consultas públicas a respeito do projeto. Segundo Jaques Wagner, o bispo deve ser recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 15.

Para que o projeto possa ser executado, o governo depende ainda da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre duas liminares que suspenderam o início das obras, além da concessão da licença de instalação por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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