Cesta básica registra a quarta queda consecutiva

Com variação de -0,57%, a cesta básica de Curitiba apresentou em agosto a quarta deflação mensal consecutiva. Depois de subir 11,9% de janeiro a abril, a alimentação essencial mínima do trabalhador curitibano já caiu 13% nos últimos quatro meses. No ano, acumula queda de 2,61%, a terceira maior do País, atrás de Belo Horizonte (-6,04%) e Belém (-2,87%). Nos últimos doze meses, a cesta de Curitiba teve variação positiva de 14,22%. Quinze das dezesseis capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) tiveram redução no valor da cesta; a única alta ocorreu em Aracaju (1,38%). A capital paranaense apresentou a menor deflação enquanto a maior foi verificada em Recife (-9,30%).

Apesar do índice negativo, a cesta curitibana passou de sexta para quarta mais cara do País. Custando R$ 148,21, consumiu 66,87% do salário mínimo líquido. O maior valor foi registrado em Porto Alegre (R$ 161,77) e o menor em Recife (R$ 124,65). Para uma família curitibana (casal e duas crianças), a alimentação básica custou R$ 444,63, o que corresponde a 1,85 salário mínimo.

Dos 13 itens pesquisados, sete tiveram diminuição de preços em agosto, cinco subiram e a farinha de trigo ficou estável. Novamente, a batata (-26,17%) e o tomate (-22,43%) foram os responsáveis pela variação negativa da cesta básica de Curitiba. “Se eles tivessem ficado estáveis, a cesta teria alta de 2%”, disse o economista Sandro Silva, do Dieese. Segundo ele, a redução da batata decorreu da entrada da terceira safra de Minas Gerais e São Paulo, que aumentou a oferta no mercado interno. O quilo da batata, que custava R$ 1,03 em dezembro de 2002, chegou ao pico de R$ 1,78 em maio, e no mês passado, era vendido em média a R$ 0,79.

Silva explicou que a queda do tomate também foi motivada pelo ingresso da safra da região Sudeste, principalmente do Rio de Janeiro, além da produção paranaense de tomate de risco. No mês passado, o quilo do tomate foi comercializado ao preço médio de R$ 0,83. Em dezembro do ano passado, saía por R$ 1,13, atingindo o pico de R$ 2,83 em abril. Também recuaram os preços do óleo de soja (-4,46%), açúcar (-4,00%), feijão (-3,27%), banana (-30,01%) e arroz (-2,50%).

O maior aumento foi o da carne (6,53%), provocado pela entressafra; clima extremamente seco, que prejudicou as pastagens e reduziu a oferta; e pelo avanço das exportações. Nos primeiros sete meses do ano, o Paraná embarcou 14.567 toneladas de carne bovina, 39,2% mais que no mesmo período de 2002. Os outros itens com elevação de preços foram: manteiga (4,24%), café (2,76%), leite (1,72%) e pão (0,76%).

Para setembro, Silva projeta que a variação da cesta seja positiva, porém próxima de zero. “Como a tendência é que a batata e o tomate fiquem nesse patamar de preço, o índice vai depender do comportamento da carne”, assinalou.

Acumulado

Os produtos que mais subiram em Curitiba em 2003 foram: arroz (24,20%), manteiga (23,14%) e café (18,25%). As maiores quedas foram registradas no tomate (-26,55%), batata (-23,30%) e farinha de trigo (-21,14%). Nos últimos doze meses, o arroz lidera as altas (93,07%), seguido da manteiga (56,49%) e café (55,53%). Os itens que mais diminuíram de preço foram: tomate (-29,06%), batata (-25,47%) e feijão (-0,75%).

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