Verba social é mal aplicada

Brasília  – Os gastos do governo federal com aposentadorias e pensões beneficiam mais as parcelas menos pobres da população. As transferências de recursos via programas como o seguro-desemprego, o abono salarial e o salário-família não conseguem trazer as famílias beneficiadas para cima da linha da pobreza. O Brasil é, além disso, uma “exceção à tendência internacional”, porque sua carga tributária é elevada e ainda assim; a desigualdade de renda permanece.

Essas são algumas das conclusões do estudo “Gasto Social do Governo Central: 2001-2002”, elaborado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. O período analisado abrange os dois últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Ainda não há dados referentes a 2003, que permitiriam uma comparação com a política social do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O trabalho procura, porém, analisar a qualidade dos gastos, considerando os efeitos que esses gastos sociais produzem na distribuição de renda do País.

Em 2002, dos R$ 204 253 bilhões gastos na área social, R$ 123,094 bilhões foram gastos em benefícios previdenciários. No entanto, o levantamento mostra que o grosso do dinheiro é gasto com a parcela menos pobre da população. Quanto mais pobre a faixa populacional, menor é sua participação no bolo previdenciário.

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