Brasília (AE) – O bloqueio de verba comprometeu a segurança do sistema do controle aéreo brasileiro, avalia o ministro doTribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. Ele é responsável por uma auditoria nos órgãos do sistema aéreo brasileiro. Nardes reuniu-se quinta-feira como presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).
Segundo o ministro do TCU, dos cerca de R$ 3 bilhões em tarifas arrecadados pela Infraero foram divididos: R$ 2 bilhões, aplicados pela Infraero no sistema,aproximadamente R$ 230 milhões repassados para o Tesouro Nacional e o restante para o custeio da Aeronáutica. Os recursos repassados para o Tesouro teriam sido usados para gerar superávit primário – o governo tem metas de arrecadação para pagar os juros da dívida pública. ?A situação é caótica no país. O que fica caracterizado é que não existia um planejamento para esta questão (sistema aéreo) de médio e longo prazo. O que me assusta mais é que dinheiro foi arrecadado dentro do sistema, mas, infelizmente, uma parte vai para o Tesouro e não volta?, disse Nardes.
Além dos recursos bloqueados, Nardes criticou ainda a falta de funcionários na Infraero. De acordo com ele, a empresa precisa de mais 1,8 mil funcionários. O contingenciamento acaba criando essa situação de caos por falta de investimento em pessoal, em equipamento e por falta de apoio técnico para que o sistema possa funcionar de forma mais adequada, enfatizou.
A opção do brasileiro, agora, é rezar e torcer para que as autoridades consigam resolver essa questão, em curto prazo, e a gente tenha confiabilidade novamente no sistema. Na próxima terça-feira, o ministro apresentará um relatório sobre a auditoria feita na Aeronáutica, Infraero e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nardes afirmou que nesse relatório serão indicados os culpados pela crise no sistema aéreo, que nessa semana foi agravada por uma falha no sistema de comunicação do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta 1), em Brasília.
Crise nos aeroportos vai ampliar fluxo nas rodovias, prevê PRF
Sorocaba,SP (AE) – A Polícia Rodoviária Federal (PRF) espera um movimento maior do que nos anos anteriores nas rodovias federais, neste final de ano, em decorrência da crise no sistema aéreo. O Ministério dos Transportes determinou ao comando da corporação que seja dada atenção especial às rotas entre capitais durante a Operação Verão, que se inicia este mês e prossegue até março.
Nesse período, o tráfego aumenta pelo menos 30% em razão das férias, das festas do final do ano e do carnaval. ?Este ano, o aumento deve ser maior por causa do problema dos aeroportos?, disse o inspetor Edson Varanda, da PRF de São Paulo. Durante a operação, todo o efetivo é colocado nas rodovias para orientar os motoristas e garantir a segurança nas estradas. No caso de São Paulo, segundo Varanda, a operação terá como foco as rodovias Presidente Dutra, Fernão Dias e Régis Bittencourt, que ligam São Paulo ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba, respectivamente. ?São rotas normalmente bem cobertas pelo transporte aéreo de passageiros.? Ele acredita que muitas pessoas deverão trocar a viagem aérea pelo transporte rodoviário. Entre as rodovias federais de São Paulo, a preocupação maior é com a Régis Bittencourt.