Tarso Genro quer acordo com a oposição

Arquivo / O Estado

Tarso Genro acredita que Lula
vai disputar reeleição.

Brasília – O presidente do PT, Tarso Genro, diz que é possível fazer acordo com a oposição no Congresso em torno de uma agenda mínima, para o País não parar. Mas descarta qualquer pacto em torno da crise: quer uma apuração profunda da ?corrupção sistêmica?. Antes de deixar o cargo de ministro da Educação, na sexta-feira, para dedicar-se à reconstrução do partido, Tarso disse que um eventual segundo governo deverá ser ?menos pragmático e mais estratégico? e que o Campo Majoritário, corrente de Lula e José Dirceu, está morto.

O presidente nacional do PT não acredita na possibilidade de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e teme o risco da ingovernabilidade que ronda o País, na esteira dos escândalos que originaram a CPI dos Correios. ?Acho que qualquer processo de impeachment não tem fundamento moral e muito menos político. Agora, embora não tenhamos riscos evidentes na economia, as conseqüências de um acirramento dessa tentativa pela oposição pode trazer riscos com os investidores externos?, diz ele.

Tarso também procurou afastar o risco de uma ?chavinização do País? com o agravamento da crise política. Este risco começou a ser admitido nos últimos dias com o recado de vários sindicatos, dispostos a irem às ruas se Lula for ameaçado, e reforçado por Lula, que tem assumido posturas mais populares, aproximando-se das bases. ?A sociedade brasileira está muito organizada para assumir uma postura dessas. A Venezuela tem uma força quase que residual se comparada à nossa sociedade. Quanto à postura do presidente, qualquer político que não tiver uma profunda ligação com suas bases seria omisso e covarde?, diz ele.

Sobre um pacto de governabilidade com uma agenda mínima, ele diz ser possível um acordo com a oposição. ?Dá para pactuar uma agenda mínima no Congresso para o País não parar. Mas no sentido de manter os investimentos, e não pactuar em torno da corrupção. Nós temos que apurar profundamente essa corrupção sistêmica. Não dá para pactuar qualquer omissão?, afirmou.

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