PT faz qualquer negócio para garantir Lula em 2006

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Marisa e Lula: o mais importante nos próximos anos é garantir o poder.

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a direção do PT terão uma dura tarefa pela frente no próximo ano e meio: convencer o partido a sacrificar alguns de seus projetos regionais de poder para formar uma ampla frente política de apoio à reeleição. A estratégia de alianças sempre foi motivo de tensão interna no PT e a temperatura promete subir no partido, com o presidente Lula à frente dessas articulações.

A maioria dos detentores de mandato avaliam que o projeto nacional vem em primeiro lugar, mas todos reconhecem que o tema não é pacífico. Afinal, abrir mão de projetos eleitorais próprios em 2006, para compor eventuais alianças, significa para muitos petistas perder a grande chance de suas carreiras políticas: pegar carona numa onda Lula que pode se formar, se confirmar a melhoria do desempenho do governo.

À primeira vista, a maioria dos petistas concorda que a reeleição de Lula tem prioridade. Mas quando falam das condições para que isso ocorra e quando se referem aos cuidados que se deve ter é que a resistência se revela, tanto por parte de integrantes das tendências moderadas como das de esquerda do PT.

"O preço da aliança nacional não pode ser a fragilização do partido no Brasil todo", pondera o prefeito reeleito de Aracaju, Marcelo Déda, da tendência Articulação.

"Estou aberto para montar um palanque com o governador Paulo Hartung, mas o PT tem que estar preparado para ter candidatura própria. A única coisa que não pode ser admitida é a intervenção. Isso acaba com o partido", afirma o prefeito eleito de Vitória, João Coser, da Articulação de Esquerda, exibindo o trauma provocado pelo intervenção feita no Rio de Janeiro em 1998 para que o PT apoiasse a candidatura de Anthony Garotinho.

O prefeito eleito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, diz que o palanque de Lula no Rio tanto poderá ser de um candidato do PT, quanto o do senador Sérgio Cabral, se Garotinho sair do PMDB, ou até mesmo o do prefeito César Maia, do PFL. "Já conversei com o César Maia. Com o fim da verticalização podemos ter uma chapa Lula-Cesar no Rio", diz Lindberg. Reeleito prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel é um dos maiores defensores da política de ampliação das alianças para apoiar a reeleição de Lula. Este ano, nas eleições municipais, ele fez o que pode para que o governador Aécio Neves, do PSDB, o apoiasse. Nas eleições presidenciais de 2002, o PT mineiro já havia assimilado a escolha do empresário José Alencar, do PL, para ser o vice de Lula.

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