PF não tem autonomia para investigar presidente do Senado, diz Tuma

Brasília – O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou nesta quinta-feira (21) que a Polícia Federal não tem autonomia para investigar o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo ele, as investigações só poderão ser aprofundadas por   determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

?A Polícia Federal só pode investigar se for aberto inquérito?, afirmou o senador. Tuma disse que, no momento, os trabalhos no colegiado estão confusos, e defendeu direcionamento para indicar o caminho.
 
O senador Renato Casagrande (PSB-ES), integrante do Conselho de Ética, apoiou decisão de não votar ontem (20) o relatório que pedia o arquivamento do processo e para que fosse possível aprofundar as investigações. ?Agora, temos condição de fazer uma investigação sem atropelo?, afirmou. 

Para ele, a forma de Renan sair fortalecido do processo é prestando informações. ?O tempo não é aliado do cidadão Renan. O aliado é a informação?, disse o parlamentar. Segundo ele, o princípio da investigação é a origem do dinheiro do presidente do Senado que foi utilizado para pagar pensão alimentícia da filha que tem com a jornalista Mônica Veloso. ?A pergunta era se ele tinha condições e passou a ser outra: se a fonte é lícita?, disse.

A representação do P-SOL no Conselho de Ética contra Renan Calheiros depois que a revista Veja publicou reportagem  afirmando que um funcionário da construtora Mendes Júnior pagaria contas pessoais do senador. Após apresentação de documentos de defesa por Renan, o Jornal Nacional, da TV Globo, fez uma reportagem que apontava contradições nas notas fiscais apresentadas. A partir daí, a Polícia Federal periciou o material para checar sua autenticidade.

Entre os papéis, estavam declarações de Imposto de Renda e extratos bancários, que comprovariam a origem de recursos para pagamento de pensão alimentícia para a filha do senador com a jornalista Mônica Veloso.

Ontem (20), o Conselho de Ética se reuniu para votar relatório que pede o arquivamento do processo. No entanto, diversos senadores protestaram e pediram mais tempo para avaliar os documentos enviados pela Polícia Federal. O senador José Agripino (PFL-RN) disse que as respostas da PF ainda não são convincentes.

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