Lula diz que vai atender os militares

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo atenderá aos anseios dos integrantes das Forças Armadas. A declaração foi feita durante o discurso na solenidade comemorativa do dia do Exército. Os militares, por enquanto, não terão reajuste salarial, ao contrário dos servidores civis, que terão aumento acima da inflação acumulada em 2003 – 9,3%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

“No contato permanente com o ministro da Defesa e com os comandantes das forças regulares, mantenho-me informado sobre os problemas estruturais da Marinha, Exército e Aeronáutica. Tenho o compromisso de garantir o necessário padrão de dignidade devido aos integrantes das Forças Armadas e suas famílias. As suas legítimas aspirações serão contempladas. Trata-se de uma questão de justiça que o governo tem obrigação de atender”, disse Lula.

Ele anunciou ter determinado ao ministro das Cidades, Olívio Dutra, e ao presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, que façam estudos para viabilizar um programa de financiamento habitacional dirigido às Forças Armadas. O Dia do Exército é comemorado em 19 de abril porque nessa data, em 1648, o Brasil venceu a batalha dos Guararapes, contra os invasores holandeses.

Antes da solenidade, Lula disse em seu programa de rádio “Café com o presidente”, da Radiobrás, que as manifestações, como as do MST, são legítimas em um país democrático, mas é importante que as pessoas não percam o senso da responsabilidade.

Lula lembrou que, quando era dirigente sindical, só obtinha sucesso nas negociações quando prevalecia o bom senso e, por isso, deu um conselho: “Ajam com a maior responsabilidade possível, porque todos nós seremos vítimas de nossas palavras”. Lula ainda alertou para a necessidade de se evitar radicalização: “Se as pessoas quiserem radicalizar, as pessoas sabem que isso não as ajuda. Eu já fui dirigente sindical, já radicalizei muitas vezes, e já tive bom senso em outras vezes. E toda vez que prevaleceu o bom senso, eu ganhei. Toda vez que prevaleceu o radicalismo, perdi”.

Ele assegurou que a reforma agrária brasileira será feita de forma pacífica e dentro da lei.

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