Justiça ordena quebra de sigilo de presos na Xeque-Mate

A pedido da Polícia Federal, a Justiça Federal de Mato Grosso decretou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de todos os 85 envolvidos nas fraudes investigadas na Operação Xeque Mate que tiveram prisão temporária decretada. A quebra inclui as contas bancárias e dados fiscais como as declarações ao fisco do compadre do presidente Lula, Dario Morelli Filho, e do ex-deputado estadual do Paraná, Nilton Cezar Servo.

Servo é apontado pelas investigações da PF como suposto chefe de uma quadrilha de exploração de jogos de azar que operava em cinco estados e Dario Morelli Filho seria, conforme as mesmas investigações, seu sócio nos negócios ilegais. A quebra foi autorizada pela Justiça junto com as prisões, no dia 4 de junho, quando a operação foi deflagrada, e não inclui o irmão do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá. A PF chegou a requerer a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça negou o pedido.

A Polícia Federal já começou a receber os dados. Tem em mãos, por exemplo, informações sobre as declarações de rendimentos dos acusados de envolvimento e parte dos dados sobre suas movimentações financeiras identificadas pela Receita Federal a partir do recolhimento de CPMF. Os dados são considerados de grande importância já que poderão expandir as investigações e confirmar conexões já identificadas nas escutas telefônicas. Entre outros objetivos, a PF busca rastrear o caminho do dinheiro movimentado pela quadrilha.

A análise das informações remetidas pela Receita, por exemplo, já apontou a suspeita de que o compadre do presidente Lula teria registrado uma movimentação financeira crescente nos últimos anos cinco anos, supostamente incompatível com seus rendimentos. Morelli Filho declarou à PF receber um salário de R$ 4,8 mil como assessor da diretoria da Saned (Companhia de Saneamento da Prefeitura de Diadema). Também afirmou que complementava seus rendimentos com serviços prestados ao PT por intermédio da micro-empresa Dario Morelli ME, especializada no aluguel de automóveis. Os dados mostram somente em 2005, ele teria registrado movimentação financeira superior a R$ 600 mil.

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