João Paulo quer derrubar voto secreto na Câmara

Brasília – Duas semanas depois de ter anunciado apoio ao candidato oficial do PT, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), assumiu, a coordenação da campanha de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). De volta ao Brasil, após se encontrar com o Papa João Paulo II, em Roma, o petista disse considerar irreversível a candidatura avulsa do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) e que não irá pedir ao colega que desista da disputa.

No entanto, o presidente da Câmara sinalizou com a possibilidade de costurar um acordo com os líderes partidários e os candidatos para que a eleição da mesa-diretora se dê por votação aberta, ao contrário do que prevê o regimento interno. Pelo atual sistema, os deputados depositam o voto, secreto, nas urnas. Elege-se quem receber a maioria absoluta dos votos (metade mais um). Caso nenhum dos candidatos obtenha essa votação, a disputa é decidida em segundo turno com os dois mais bem colocados, cenário mais plausível, diante da disputa acirrada.

"Não creio que haja condições regimentais. Agora, é claro que, se houver acordo entre os líderes e os candidatos, se todos quiserem, sou o primeiro a estimular isso", disse João Paulo. Com a medida, os apoiadores da candidatura de Greenhalgh esperam conter os candidatos avulsos e afastar o risco de traição dos partidos da base aliada no momento da votação.

Por causa disso, a proposta enfrenta a resistência dos demais candidatos. Além dos dois petistas, estão na disputa os deputados Severino Cavalcanti (PP-PE), José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Jair Bolsonaro (PFL-RJ). O presidente da Câmara também cobrou dos cinco candidatos que apresentem propostas para os problemas enfrentados pela Casa. "O que eu acho que é preciso, de fato, é destacar aquilo que cada candidato acha mais importante para o Parlamento, para o Legislativo e para o país", disse João Paulo.

A eleição da Câmara é o gargalo político do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já disse que irá aguardar a eleição das mesas-diretoras da Câmara e do Senado, marcada para o próximo dia 14, para anunciar as mudanças no ministério.

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