Em troca da CPMF, aliados controlarão R$ 686 bilhões

Para garantir R$ 40 bilhões por ano com a aprovação da emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o governo aceitou barganhar cargos em estatais, bancos e fundos de pensão que administram R$ 686,7 bilhões (27,2% do PIB). A gestão fisiológica destinada a satisfazer 11 partidos de uma base de apoio no Congresso com tamanho nunca antes visto na história do País tem produzido até o rodízio de aliados nas estatais e no segundo escalão.

Esse rodízio possibilita o deslocamento de um aliado para abrir espaço para outro. Já aconteceu na Petrobrás e deverá ocorrer de novo. Primeiro, o petista histórico Ildo Sauer foi apeado da Diretoria de Gás e Energia para ceder lugar a Maria das Graças Foster, nomeada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Por sua vez, Maria das Graças cedeu o lugar na presidência da BR Distribuidora ao ex-senador petista José Eduardo Dutra.

Nesse revezamento, Paulo Roberto Costa, da cota do PP, deverá ser deslocado da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, para ceder a vaga ao petista Alan Kardec.A Diretoria da Área Internacional deverá ser entregue a João Augusto Henriques, indicado pelo PMDB de Minas. Para que ele entre, Nestor Cerveró, indicado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), terá de deixar a função.

As jóias em disputa pelos partidos da base aliada incluem um seleto e bilionário lote, com diretorias na Petrobras, Eletrobrás, Banco do Brasil, Furnas, Eletronorte, Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Companhia Nacional de Alimentos (Conab), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (DNIT), Infraero, Itaipu, Previ, Funcef e Petros, estes três últimos fundos de pensão que administram cerca de R$ 75 bilhões só para investimentos anuais.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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